CENA espera que sucessor "tenha mais interesse em ouvir trabalhadores"

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 08 abr (Lusa) - O CENA - Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espetáculo e do Audiovisual espera que o próximo ministro ou ministra da Cultura "tenha mais interesse em ouvir os trabalhadores", afirmou à Lusa o sindicalista André Albuquerque.

A posição do CENA surge na sequência da demissão de João Soares como ministro da Cultura, anunciada hoje, depois de declarações polémicas publicadas na rede social Facebook, sobre dois artigos de opinião de Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente.

"Sabemos que as razões da demissão têm muito mais a ver com uma atitude pessoal do que com uma questão de políticas. Infelizmente, nos últimos quatro meses, também não vimos grandes avanços para o nosso setor. Mais do que as caras e os nomes, interessa-nos as políticas", disse André Albuquerque.

O sindicalista recordou ainda "a indisponibilidade" de João Soares para reunir com os sindicatos antes da aprovação do Orçamento do Estado, o que dava "um sinal de que também não havia grande interesse em ouvir os trabalhadores".

Certo é que, hoje, momentos antes de se conhecer o pedido de demissão de João Soares, o sindicato CENA ficou a saber que foi agendada, para a próxima segunda-feira, uma reunião no Ministério da Cultura, com a secretária de Estado da Cultura, Isabel Botelho Leal, contou André Alburquerque.

Independente de quem suceder a João Soares no cargo, André Albuquerque espera que "as próximas políticas para a Cultura sejam mais sustentadas e que vão ao encontro dos direitos dos trabalhadores".

O primeiro-ministro, António Costa, aceitou o pedido de demissão de João Soares, na sequência das declarações do ministro, que prometia "salutares bofetadas" ao colunista Augusto M. Seabra, devido a críticas deste à falta de linha de ação política e ao "estilo de compadrio, prepotência e grosseria", e também ao colunista Vasco Pulido Valente.

Na quinta-feira à noite, António Costa pediu desculpa aos colunistas e pediu aos membros do Governo que sejam "contidos na forma como expressam emoções".

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