PSD condena ameaças de João Soares a críticos mas não pede demissão
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 07 abr (Lusa) - O deputado do PSD Hugo Soares classificou hoje como "inqualificáveis" as afirmações do ministro da Cultura que ameaçou dar "umas bofetadas salutares" a dois críticos mas não pediu a demissão do governante.
"Consideramos as declarações do ministro João Soares verdadeiramente inqualificáveis. São inqualificáveis tanto mais porque demonstram o padrão do PS na reação às críticas legítimas que lhe são feitas", afirmou Hugo Soares, em declarações aos jornalistas, no parlamento.
Questionado se o PSD acompanha a posição do deputado social-democrata Sérgio Azevedo, que defendeu na sua página pessoal na rede social Facebook a demissão do ministro da Cultura, Hugo Soares afirmou que as opiniões pessoais dos colegas deputados "são opiniões que não vinculam o Partido Social Democrata".
Para Hugo Soares, as afirmações de João Soares mostram "um padrão do Partido Socialista de falta de respeito" na reação às críticas legítimas que lhe são feitas quer pelos críticos quer pela oposição.
"O PS não se pode afirmar como o paladino da liberdade de expressão às segundas, quartas e sextas e às terças e quintas comportar-se como `os donos disto tudo´", criticou Hugo Soares considerando que o PS "não reage à crítica de forma salutar" e não tem respeito pelo que é "a liberdade de expressão" em Portugal.
O deputado do PSD frisou que o primeiro-ministro, António Costa, "em tempos chegou a enviar `sms´ para jornalistas criticando quem tem o dever de fazer o comentário político e as notícias".
O ministro da Cultura, João Soares, reagiu hoje na rede social Facebook prometendo "salutares bofetadas" ao programador Augusto M. Seabra pelas críticas de falta de linha de ação política, e "estilo de compadrio, prepotência e grosseria".
O crítico e programador cultural Augusto M. Seabra publicou na quarta-feira um artigo de opinião na edição 'online' do jornal "Público" considerando uma surpresa "inexplicável" a nomeação de João Soares para a tutela cultural do Governo.
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