Jovem que matou padrinho à facada em Braga conhece hoje sentença

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Porto Canal / Agências

Braga, 03 out (Lusa) - O Tribunal de Braga profere hoje a sentença de um jovem que matou com 27 facadas o padrinho, um aristocrata daquela cidade, num crime registado em outubro de 2012, no apartamento onde agressor e vítima viviam.

Nas alegações finais, o Ministério Público pediu a condenação por homicídio qualificado, um crime com uma moldura penal entre 12 e 25 anos de prisão.

A pedido da defesa, foi realizada uma perícia das faculdades mentais do arguido, que concluiu pela sua imputabilidade.

Mesmo assim, a defesa pediu ao tribunal que tenha em consideração uma série de atenuantes, sobretudo a difícil infância do arguido, que aos dois anos foi retirado aos pais, por alegadamente ser vítima de violência.

Enfatizou ainda idade do arguido (20 anos), a alegada atuação sobre influência de droga e de álcool, a confissão dos factos e o arrependimento que demonstrou.

A família da vítima pede uma indemnização de 110 mil euros.

Em tribunal, o arguido confessou que na origem do crime esteve uma "violenta discussão" por causa de 80 euros.

Segundo o arguido, a vítima, que atravessava grandes dificuldades financeiras, ter-lhe-á exigido, no dia do crime (26 de outubro de 2012), que lhe desse, para ajuda nas despesas da casa, os 80 euros que ele teria acabado de receber, como pagamento de uns "biscates".

A questão terá gerado uma "discussão violenta" entre padrinho e afilhado, acabando em homicídio.

"Fiz uma coisa que não devia", referiu o arguido, que, no entanto, garantiu não se recordar da forma como o crime foi consumado.

No entanto, disse que foi ele mesmo a tentar reanimar o padrinho e a chamar os bombeiros.

A vítima, Gaspar Roby, de 69 anos, era um dos quatro filhos da condessa de Infias, Braga.

Ele e a mulher eram padrinhos do arguido e acolheram-no quando ele tinha apenas 2 anos e oito meses.

Fizeram-no a pedido da Segurança Social, dado "os respetivos progenitores se encontrarem incapacitados de lhe prestar os cuidados necessários ao seu desenvolvimento saudável e harmonioso".

"Desde então, passaram a tratá-lo como se seu filho fosse", acrescenta a acusação.

Anos antes do crime, o arguido começou a consumir produtos estupefacientes, em cuja compra gastava o pouco dinheiro que ia conseguindo com os "biscates" que fazia na montagem de portas automáticas.

A situação gerou "insatisfação" no casal que, entretanto, começara a passar dificuldades económicas e que, por isso, queria que o afilhado contribuísse para as despesas da casa.

As discussões foram sendo cada vez mais frequentes, sobretudo com a madrinha, mas a 26 de outubro de 2012, pelas 19:00, a discussão, fatal, seria com o padrinho, no apartamento onde viviam, em S. Vicente, Braga.

O jovem terá pegado numa faca com uma lâmina de oito centímetros, em aço, e atacado o padrinho pelas costas, tapando-lhe a boca com uma mão, enquanto com a outra desferiu vários golpes.

A vítima foi transportada ao hospital, ainda com vida, mas viria a morrer às 00:50 do dia seguinte, no decurso de uma operação a que estava a ser submetido.

VCP // JGJ

Lusa/fim

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