Portugal pode "perturbar" mercados se "inverter caminho" - Schauble
Porto Canal com Lusa
Bruxelas, 11 fev (Lusa) -- O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, afirmou hoje que Portugal "deve estar ciente de que pode perturbar os mercados financeiros se der impressão de que está a inverter o caminho percorrido".
"Estamos atentos aos mercados financeiros e Portugal deve estar ciente de que pode perturbar os mercados financeiros se der impressão de que está a inverter o caminho que tem percorrido. O que será muito delicado e perigoso para Portugal", disse.
As declarações foram feitas à entrada da reunião do Eurogrupo, que decorre hoje em Lisboa, e que vai comentar a proposta de Orçamento do Estado para 2016, que a Comissão Europeia aprovou na semana passada após intensas negociações com o Governo.
Na última sexta-feira, o executivo comunitário deu 'luz verde' ao plano orçamental depois de Lisboa ter apresentado medidas adicionais, cujo impacto global estimado variará entre os 970 milhões de euros (expectativas de Bruxelas) e os 1.125 milhões de euros (projeções do Governo).
A diferença de 155 milhões de euros não impediu a Comissão de dar o seu aval ao projeto orçamental, embora apontando para os riscos de incumprimento, algo que também deverá constar da declaração de hoje do Eurogrupo.
Já hoje, a ministra da Presidência considerou preocupante o aumento dos juros da dívida soberana portuguesa, mas sustentou que essa subida se insere num quadro global de instabilidade financeira internacional e não a fatores específicos nacionais.
Confrontada com o facto de os juros da dívida portuguesa a dez anos terem atingido os 4,5%, Maria Manuel Leitão Marques comentou que "naturalmente o Governo não podia deixar de estar preocupado com essa questão [aumento dos juros da dívida], mas, como é sabido, essa instabilidade é infelizmente global e internacional, afetando mais uns países do que outros".
"Estamos a olhar atentamente para essa situação, que obviamente preocupa toda a zona euro e, em particular, os países mais afetados por essa instabilidade", afirmou a ministra da Presidência.
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