CDS diz que discussão sobre mercados é "desenquadrada da realidade"
Porto Canal / Agências
Vila Real, 24 ago (Lusa) -- O porta-voz do CDS-PP, João Almeida, afirmou hoje que a discussão sobre o regresso de Portugal aos mercados financeiros "é completamente desenquadrada da realidade" e salientou que o mais preocupante é o "dia-a-dia das pessoas".
"Para nós preocupa-nos mais o dia-a-dia das pessoas e não a abstração dos mercados financeiros", disse João Almeida, à margem de uma ação de campanha do CDS-PP no mercado municipal de Vila Real.
Do mercado da fruta para os mercados financeiros, o porta-voz popular referiu que "essa discussão, principalmente vinda do PS que teve a responsabilidade de estarmos neste momento sob resgate, é completamente desenquadrada da realidade".
O secretário-geral do PS, António José Seguro, classificou segunda-feira como "um dia negro para o país", porque o Governo tinha fixado o dia de 23 de setembro como a data de "regresso aos mercados" o que "não se verificou" e exigiu explicações da parte do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
"Ninguém poderá dizer que estamos neste momento mais longe de o fazer do que estávamos quando o PS governava. Quando o PS governava nós fomos excluídos, neste momento estamos mais perto", afirmou João Almeida aos jornalistas.
No entanto, o também vice-presidente da bancada parlamentar do CDS, salientou que as "pessoas querem é saber que, no seu dia-a-dia, há condições para recuperaram pelo menos uma parte importante daquilo que era a sua vida antes do PS ter conduzido a esta situação de dificuldade".
"Não há mercados financeiros que nos valham sem nós conseguirmos recuperar a nossa economia", afirmou.
Questionado sobre o segundo resgate, que entrou no debate político nesta segunda semana de campanha eleitoral, João Almeida referiu que, por aqui, no mercado de Vila Real, pouco se fala nesse assunto e que as pessoas têm outro tipo de preocupações.
"É por isso que nós temos dito que a campanha autárquica é uma campanha concelho a concelho", sublinhou.
Acrescentou que as preocupações reveladas esta manhã ou têm a ver com os vendedores que querem um "mercado com melhores condições, se podem ter uma banca um pouco melhor, um ponto de água ou se se pode substituir um vidro".
Outras pessoas, acrescentou, não entendem porque não tiveram direito a uma habitação social ou queixam-se ainda dos impostos municipais que são "especialmente pesados".
"É disso que as pessoas falam, não é sobre segundos resgates, não é sobre mercados financeiros", frisou.
João Almeida salientou ainda estas eleições autárquicas são para "resolver os problemas concretos das pessoas".
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