Rui Rio sustenta ser "possível pôr contas em ordem e ao mesmo tempo fazer obra"
Porto Canal / Agências
Porto, 24 set (Lusa) - O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, sustentou, na segunda-feira à noite, ser "possível, naturalmente numa câmara mais do que no país, pôr as contas em ordem e, ao mesmo tempo, fazer obra".
O autarca falava na última sessão deste mandato da Assembleia Municipal, durante a qual fez um balanço do que a câmara realizou nos últimos 12 anos, sob a sua presidência.
A primeira parte da intervenção, que se estendeu por cerca de 45 minutos, foi sobre a situação financeira do município que, de acordo com dados por si destacados, é hoje melhor do que em 2001, quando foi eleito presidente pela primeira vez.
"Houve uma redução brutal do número de colaboradores da Câmara", a qual, segundo Rui Rio, excedeu até as expetativas iniciais.
A câmara tinha 3.431 trabalhadores em 2002 e, em junho deste ano, um total de 2.556, frisou, informando que "não estão aqui as (quatro) empresas municipais que, ao todo, têm hoje 676 funcionários".
Rui Rio disse que, apesar disso, "a câmara presta hoje um melhor serviço do que aquilo que prestava há 15 anos", provando-se assim, na sua opinião, que "é possível pelo menos fazer o mesmo com muito menos trabalhadores".
O esforço para reduzir as despesas municipais também produziu resultados nas horas extraordinárias, cuja fatura era de "5,5 milhões de euros (em 2002) e em 2012 foi de 250 mil euros".
A dívida bancária foi-se reduzindo nestes anos e, em junho, situava-se nos "100,7 milhões de euros", disse.
"Terminará em 97 milhões no final deste ano", calculou Rio, referindo ainda que "esses 100 hoje seriam 74 sem o Euro 2004".
Outro dado positivo, segundo realçou, é que, "hoje, a câmara tem francamente mais a receber do que aquilo que tem a pagar no curto prazo" e possui "disponibilidades financeiras de 15 milhões", as quais, no fim deste ano, poderão aproximar-se dos "20 milhões".
"Isto é compaginável com um investimento municipal de cerca de 700 milhões de euros ao longo destes anos", acrescentou.
"Está aqui uma gestão que deu muito mais trabalho do que possam imaginar", o que exigiu "mão de ferro", completou.
O investimento da Câmara do Porto nos três mandatos de Rui Rio tem "duas marcas muito fortes": a habitação social, principalmente, e as escolas, que absorveram "200 milhões de euros".
"Realmente é possível, naturalmente numa câmara mais do que no país, pôr as contas em ordem e, ao mesmo tempo, fazer obra. Para fazer obra não é preciso ter uma política diferente desta", considerou.
O autarca, que está de saída por ter cumprido três mandatos consecutivos enquanto presidente da Câmara do Porto, salientou também que "as empresas municipais (Águas do Porto, Domus Social, GOP e Porto Lazer) "não têm dívida nenhuma à banca".
"A transformação que a cidade do Porto teve desde o fim do século XX até hoje é efetivamente brutal. Não há na história da cidade nenhum momento em que, em 14 ou 15 anos, tenha tido uma transformação destas. Nunca a cidade mudou tanto" como neste período", reforçou.
"É puramente factual", sublinhou.
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