BE quer interromper processo de demolição de bairro de Viseu

| Política
Porto Canal / Agências

Viseu, 23 set (Lusa) -- A candidata do BE à presidência da Câmara de Viseu, Manuela Antunes, prometeu hoje "interromper imediatamente qualquer demolição que esteja prevista" para o Bairro da Cadeia e avançar com a sua classificação como património de interesse municipal.

A primeira fase de demolição deste bairro municipal (construído na segunda metade da década de 1940) começou no final do ano passado e foi já demolida uma dezena de casas.

Manuela Antunes deslocou-se hoje ao bairro e disse aos jornalistas não ter encontrado qualquer morador que quisesse deixar a sua casa.

"Fico um pouco chocada, porque a imagem que passa da Câmara é de que foi tudo acordado com as pessoas. Ainda não encontrei ninguém que estivesse satisfeito por fazer as malas e mudar-se para os apartamentos que lhes estão destinados", contou a candidata.

Maria dos Prazeres, de 87 anos e que vive no bairro praticamente deste o seu início, garantiu que ninguém a tirará da sua casa para a realojar no prédio que está a ser construído uns metros à frente.

"Antes quero esta pocilga (casa) do que aquela cadeia (prédio) ali", afirmou, considerando que a Câmara deveria antes fazer melhorias na sua casa, que tem o soalho, o teto e as persianas das janelas degradados.

Manuela Antunes defendeu que, dado ser impossível voltar atrás nas demolições já feitas, "agora o que é importante é manter a estrutura do bairro, requalificá-lo e dar condições de habitabilidade às pessoas".

"Uma coisa é nós mudarmos por opção, outra coisa é obrigarem-nos a mudar por questões de interesses de construção", sublinhou.

A candidata bloquista lembrou que a manutenção do bairro não é só uma vontade dos moradores, estando também expressa num parecer da Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), que sugeriu à Câmara a sua classificação como monumento de interesse municipal.

Além de Manuela Antunes (BE), concorrem à presidência da Câmara de Viseu Almeida Henriques (PSD), José Junqueiro (PS), Hélder Amaral (CDS-PP) e Francisco Almeida (CDU).

AMF // JLG

Lusa/fim

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