Salários em atraso e despedimentos levam dezenas de trabalhadores da Soares da Costa ao desespero
Porto Canal
Cerca de 80 trabalhadores da construtora Soares da Costa manifestaram-se na manhã desta quinta-feira nos estaleiros de Rechousa em Gaia. Os protestos foram provocados por dois motivos diferentes, os salários em atraso e os 500 despedimentos anunciados pela empresa.
Manuel Almeida, tabalhador na empresa há 42 anos, não esconde a tristeza e a revolta com o desfecho de despedimentos e salários em atraso.
"Este é o presente de Natal que a empresa dá aos trabalhadores (o despedimento colectivo) que deram tanto a esta empresa", disse manuel Almeida.
De notar que o cenário de despedimentos não é uma novidade para os trabalhadores visto que em maio deste ano a Soares da Costa anunciou o possível despedimento de 272 pessoas, cenário que ficou pendente.
A greve está marcada por tempo indetermindado.
A empresa justificou os despedimentos com a crise em Portugal e em Angola. A construtora vai agora fazer uma reformulação nos recursos humanos mas também noutras áreas.
O sindicato da Construção Civil vai reunir esta quinta-feira com a constructora e vai num futuro próximo reunir com o Primeiro-Ministro para apresentar soluções para ultrapassar a crise no sector, como o investimento do Estado em obras públicas.