A candidata presidencial apoiada pelo BE, Marisa Matias, considerou hoje que o programa do Governo "procura quebrar com o ciclo de austeridade", apelidando de "encenação" a moção de rejeição que PSD/CDS apresentaram na Assembleia da República.

"Entramos num novo ciclo governativo, estamos num virar de página e é apresentado ao fim destes anos todos um programa de Governo que procura quebrar com o ciclo de austeridade, repor salários, repor pensões e salvaguardar os direitos que foram muito atacados e muito destruídos ao longo dos últimos anos. É um princípio", disse Marisa Matias à agência Lusa à margem de um debate com estudantes no ISCTE.

Na opinião da candidata a Belém apoiada pelo BE, "hoje, quando a direita apresentou a moção de rejeição já sabia que não teria essa maioria", apelidando-a de "uma encenação no sentido de procurar deslegitimar um Governo que tem legitimidade democrática conferida pela Assembleia da República".

Sobre o novo ciclo eleitoral que se abre, para Marisa Matias, "o pior que pode acontecer é uma procura de vingança por parte da direita e fazer das presidenciais uma segunda volta das legislativas".

Segundo a eurodeputada, "se houvesse dúvidas sobre a importância do Presidente da República, elas foram esclarecidas nas últimas semanas", esperando que esta campanha seja clarificadora.

Para Marisa Matias, era importante que a crispação política dos últimos tempos acabasse, recordando que "estas eleições legislativas foram muito pedagógicas do ponto de vista do ato eleitoral em si mesmo e do significado do voto nas legislativas".

"Cabe à Assembleia da República aprovar ou rejeitar um Governo, não cabe ao Presidente da República", concretizou.