Rui Moreira admite carência de cinema e de salas para filmes comerciais no Porto

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Porto Canal com Lusa

Porto, 18 nov (Lusa) -- O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, considerou hoje que o município vive com "carência de cinema", mas acredita que iniciativas como o festival Porto/Post/Doc permitem colocar a cidade no mapa da sétima arte.

"O Porto tem uma enorme carência (...) de cinema. É uma cidade que praticamente não tem salas de cinema comerciais e, portanto, para nós tem sido uma forte aposta no Teatro Rivoli e também no Campo Alegre apostar no cinema, porque há uma enorme carência e há uma grande apetência também", declarou aos jornalistas Rui Moreira, à margem da apresentação da II edição do festival Porto/Post/Doc.

Rui Moreira, que desde o dia 11 deste mês detém o pelouro da Cultura da Câmara do Porto, declarou que a segunda edição do festival do Porto/Post/doc, que arranca no próximo dia 01 de dezembro e se prolonga até dia 8, é muito importante para a cidade.

"Temos vindo a apostar no cinema. É de facto uma pecha que havia na cidade. Talvez a pecha mais significativa que havia numa cidade que se diz e que tem o mérito de poder dizer que é uma cidade do cinema. De facto havia muito pouca coisa. Estamos a tentar preencher essa lacuna", assegura, reiterando que "praticamente não há cinema comercial na cidade".

"É uma preocupação que a todos nos assola num tempo em que há movimentos preocupantes também na indústria cinematográfica e é importante que a cidade esteja atenta a tudo aquilo que se passa", conclui.

A Câmara Municipal do Porto apoia o Porto/Post/Doc "pelo mérito que foi reconhecido logo que nos foi apresentado, ao vereador Paulo Cunha e Silva e a mim", recorda Rui Moreira, classificando o festival de "muito inovador", por trazer "uma visão diferente do cinema, nomeadamente do cinema documental", mas também porque revela realizadores desconhecidos até do público mais cinéfilo e porque se consegue envolver com programas vários programas culturais da cidade.

Rui Moreira observa que o objetivo da autarquia não é fazer uma concorrência de espetadores -- "isto não é propriamente a venda de pipocas, não é esse tipo de cinema" -, mas sublinha que o festival registou sucesso internacional e que o tal facto ajuda a "colocar o Porto no mapa".

"Porto não pode deixar de ser uma cidade do cinema", argumenta.

Sobre o festival, o presidente da Câmara do Porto destacou a homenagem que o Porto/Post/Doc vai fazer a Chantal Akerman, realizadora que nasceu em Bruxelas em 1950 e descendente de famílias de judeus polacos, que pertenceu à geração pós nouvelle vague onde disse que os seus filmes valem a pena "porque nos comove e emociona".

Os bilhetes de ingresso para as sessões de cinema variam entre os dois euros, para menores de 18 e maiores de 65 anos, e os quatro.

CCM // MSP

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