Siderúrgica Megasa na Maia suspende atividade devido a aumento de preço da energia
Porto Canal/Agências
A Megasa-Siderurgia Nacional voltou esta terça-feira a parar a produção nas fábricas do Seixal e da Maia, devido à “duplicação do preço de mercado da energia”, antecipando que a situação se repita na quarta-feira e quinta-feira, segundo um comunicado.
“A duplicação do preço de mercado da energia forçou a Megasa-Siderurgia Nacional a parar a produção nas suas aciarias [fábricas de aço] esta terça-feira, dia 26 de novembro, com a perspetiva de que o mesmo suceda, pelo menos, na quarta e na quinta-feira desta semana”, lê-se mesma nota.
Segundo a empresa, “no curto prazo, esta redução drástica na produção das fábricas do Seixal e da Maia é economicamente insustentável para a maior indústria eletrointensiva em Portugal, que gera 700 empregos diretos, mais 3.500 indiretos e exporta, anualmente, o equivalente a 900 milhões de euros”.
O grupo assegurou que “o escalar do preço da eletricidade tem estado a impossibilitar o regular funcionamento das unidades fabris do grupo em Portugal”, acrescentando que, neste momento, “as fábricas do Seixal e da Maia programam diariamente a sua laboração, em função dos períodos em que os valores por megawatt hora permitem a atividade das duas unidades”.
“Face a estes constrangimentos, a Megasa tem ativamente procurado soluções para desligar o seu custo de eletricidade do custo do gás natural e implementar, através de investimento próprio, projetos em regime de autoconsumo renovável, que lhe garantam, ao mesmo tempo a descarbonização da eletricidade consumida e custos compatíveis com a sua competitividade internacional”, referiu.
A empresa deu o exemplo da “criação de um parque fotovoltaico na fábrica da Maia”, ressalvando, no entanto, que “os projetos apresentados pela Megasa para responder a estes desafios na fábrica do Seixal estão dependentes de aprovação junto das autoridades públicas, locais e estatais”.
O grupo reafirmou que “estes são projetos estratégicos, de futuro e necessários para a empresa e, consequentemente, para a economia local e nacional”, apelando para “uma clarificação das regulações nacionais e europeias em matéria energética”.
A empresa disse estar “em desvantagem face às suas congéneres/concorrentes europeias que, em alguns países, já beneficiam do estatuto de eletrointensivas, garantindo-lhes diferenciação de custos que as torna mais competitivas”.
A Megasa lembrou que “em Portugal, apesar de a portaria ter sido aprovada em 2022, ainda se aguarda pela aprovação da Comissão Europeia”, acrescentando que “perante o risco real de agravamento da situação e consequente inviabilização desta indústria, é urgente a adoção, em Portugal, de medidas mitigadoras da crise”.
A empresa disse estar “disponível - como tem, aliás, vindo a manifestar sucessivamente - para, em conjunto com o Governo e com as demais entidades públicas, desenhar e implementar medidas que possam ajudar o setor a enfrentar um futuro que se avizinha difícil”.
A empresa já tem levado a cabo ações deste género, mais notoriamente em 2022, em plena crise energética.