Seguro diz que Governo não precisa do PS para aprovar Orçamento

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Porto Canal / Agências

Portimão, 11 set (Lusa) - O secretário-geral do Partido Socialista disse hoje que o Governo tem a maioria no parlamento "e por isso não precisa do PS" para aprovar o Orçamento do Estado para 2014, adiantando que o primeiro-ministro "é que é intransigente".

"Quem é intransigente é ele. Passados dois anos já não há dúvidas que a política de cortes só provoca sofrimento, recessão, austeridade e desemprego", disse hoje aos jornalistas António José Seguro durante a visita que está a efetuar a vários concelhos do Algarve.

Questionado sobre se o PS mantém a intenção de votar contra a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, Seguro afirmou apenas que "o Governo tem a maioria no parlamento e não precisa do PS para a aprovar o Orçamento".

"Não vejo que o Governo vá alterar alguma coisa porque está entranhado no primeiro-ministro a política de cortes. Ele quer desmantelar o Estado social e por isso vai ter de tomar medidas que asfixiam a escola pública, o Serviço Nacional de Saúde e cortes nas pensões", sublinhou.

Segundo o líder socialista, "os cortes e a política dos cortes está no gene, está no ADN deste Governo e deste primeiro-ministro", acrescentando que "o apelo que é feito é do país para que o primeiro-ministro pare com a política de cortes".

"Quem está alheado da realidade e da vida difícil dos portugueses é o primeiro-ministro", concluiu o secretário-geral do PS.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse hoje ter "tomado nota" de que o PS admite votar contra o Orçamento do Estado para 2014, lamentando a "posição de grande intransigência" assumida pelos socialistas.

"Tomei nota dessa posição que o líder do PS anunciou (...) A única coisa que posso e devo fazer enquanto primeiro-ministro é apelar ao PS para que, independentemente de opções políticas que tenha ao nível das políticas públicas, não se alheie da realidade que estamos a viver e mostre aos portugueses que defende um caminho para futuro que tem aderência à realidade", disse Passos Coelho, em Oliveira do Bairro.

Em entrevista à edição de domingo do Diário de Notícias, António José Seguro admitiu o voto contra do PS ao OE para 2014.

Questionado sobre essa possibilidade, o secretário-geral do PS respondeu: "Mas há algum indício de que assim não seja? Eu não conheço a proposta do Orçamento de Estado, mas, naturalmente, os portugueses estarão, com certeza, à espera daquilo que será o nosso voto, porque a política do Governo se vai manter?".

JPC // SMA

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