Liberdade de voto nas presidenciais travará "fracturas" no PS sobre o tema - António Costa
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 07 out (Lusa) - O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu hoje a liberdade de voto dos socialistas na primeira volta das presidenciais de janeiro de 2016 como um processo que travará "fraturas" no partido sobre o tema.
Para Costa, a ideia, aprovada em reunião da Comissão Política Nacional do partido, é a "forma mais saudável de cada um poder apoiar o candidato da sua preferência sem fraturas no partido" e sem distrair os socialistas "de um momento muito exigente, todo este processo de formação do governo, instalação de nova legislatura, criação de condições de governabilidade".
"O apelo que fazemos é que todos os socialistas apoiem, entre os dois candidatos da nossa área [Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém], aquele que preferem, e participem ativamente na campanha eleitoral e contribuam para que possam ter um bom resultado na primeira volta", declarou o líder do PS aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa.
Reconhecendo que terá de ter uma "posição reservada" a nível individual sobre a matéria, visto ser secretário-geral do PS, Costa pede que ambos os candidatos "unam esforços na segunda volta" em torno "daquele ou daquela" da área política socialista que lá chegar para disputar com o candidato da direita a chefia do Estado.
"Emergiram duas candidaturas com apoios muito relevantes na sociedade portuguesa", vincou Costa, para quem "não fazia sentido qualquer outro processo de decisão" que não a liberdade de voto dos socialistas.
A primeira volta das presidenciais é então encarada como as "primárias" para o candidato da área socialista a Belém, declarou ainda o secretário-geral do PS.
A Comissão Política Nacional do PS decidiu hoje conceder liberdade de voto aos socialistas na primeira volta das eleições presidenciais entre os candidatos do seu espaço político, para já, Sampaio da Novoa e Maria de Belém.
Este é um dos pontos do comunicado final aprovado após quatro horas de reunião da Comissão Política Nacional do PS.
O comunicado final foi aprovado por ampla maioria: 63 votos favoráveis, quatro contra e três abstenções.
Sobre as eleições de janeiro próximo, o PS "regista que da sua área política emergiram duas candidaturas presidenciais relevantes, nas pessoas de Maria de Belém e de António Sampaio da Nóvoa, que têm merecido importantes e significativos apoios na sociedade portuguesa e entre os militantes do PS".
"Não havendo condições para organizar em tempo oportuno eleições primárias [abertas a simpatizantes], o PS apela à mobilização e participação livre e ativa dos seus militantes no apoio, na primeira volta, à candidatura da sua preferência. O PS dirige a ambos os candidatos uma palavra de estímulo, confiando que saberão, na segunda volta do processo eleitoral, reunir os seus esforços e garantir a eleição do que então se apresentar, representando assim todos os socialistas e uma maioria dos portugueses", acrescenta-se no comunicado.
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