BE sobrevoa Serra da Arrábida para denunciar crime ambiental das pedreiras

| Política
Porto Canal com Lusa

Cascais, Lisboa, 30 set (Lusa) - De helicóptero, a campanha do BE subiu hoje aos céus para mostrar o crime ambiental escondido das pedreiras que esventram a Serra da Arrábida, criticando quer as ilegais, quer o contrato do Estado com uma cimenteira até 2042.

O dia hoje começou de forma diferente para a caravana do Bloco de Esquerda (BE) para as eleições legislativas e foi a bordo de um helicóptero e a 1.500 pés de altitude que a porta-voz bloquista, Catarina Martins, trouxe para a campanha as temáticas ambientais, com a denúncia daquilo que considera ser um crime ambiental escondido - que só se consegue ver do ar - na Serra da Arrábida.

"Em plena Serra da Arrábida, património natural extraordinário, temos crateras, autênticas paisagens lunares, diversas pedreiras - o equivalente a 320 campos de futebol em pedreiras que rasgam a serra. Uma boa parte das pedreiras são ilegais", disse aos jornalistas já em terra firme, no aeródromo municipal de Cascais.

Catarina Martins explicou que, além daquelas pedreiras que são ilegais, há ainda o contrato do Estado com a Secil até 2042, que está "a provocar aquelas cicatrizes na paisagem natural".

"Quando foi da candidatura da Serra da Arrábida a Património da Humanidade, a UNESCO desqualificou a candidatura porque as cicatrizes das pedreiras não permitem a classificação daquele património ambiental", recordou.

Na opinião da líder bloquista, este é um crime que se perpetua "há tempo demais" e é por isso "preciso acabar com as pedreiras ilegais" e expropriá-las.

"O facto de o crime ter muitos anos não significa que não esteja lá e que não seja um crime ambiental que temos de combater. O facto de estar escondido, de só se ver pelo ar, tem tirado dos olhos públicos aquilo que está acontecer e é por isso que nós hoje decidimos, sendo que queremos sempre mostrar o que há de melhor e a Serra da Arrábida é, seguramente, das coisas mais bonitas que temos, mostrar o crime que está escondido", explicou.

Para Catarina Martins - que recordou que o BE já apresentou propostas na Assembleia da República para que esta situação fosse resolvida - "não só é preciso parar com as pedreiras ilegais, como não se pode aceitar que o Estado faça um contrato até 2042 para uma cimenteira estar a esventrar a Serra da Arrábida".

Depois do barco em Olhão, viagem na qual a bloquista conseguiu não enjoar, a estreia em helicóptero correu sem sobressaltos - mas também sem adrenalina ou emoção segundo o pedido de Catarina Martins ao comandante -, tendo a viagem de mais de meia hora sido testemunhada por uma pool de jornalistas que puderam viajar com a bloquista.

JF // JLG

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