Discursos da coligação no Pontal "não podem inspirar confiança dos portugueses" - PS

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 16 ago (Lusa) - O PCP considerou hoje que o comício do Pontal do PSD, que juntou pela primeira vez o CDS-PP, se caracterizou por uma "sucessão de tretas", nomeadamente sobre o país estar melhor, e salientou que o Governo "está inequivocamente derrotado".

O Partido Comunista reagia ao discurso feito pelo líder do PSD no sábado à noite no Pontal, em Albufeira, no Algarve, onde Pedro Passos Coelho defendeu a necessidade de "um resultado politicamente inequívoco nas próximas eleições", sublinhando a importância da estabilidade governativa.

"Este comício do Pontal não prima pela novidade, o que de facto o caracteriza é a sucessão de tretas, nomeadamente a ideia de que o país está melhor, a ideia de que é necessária a estabilidade deste Governo e desta política para que ele continue a melhorar. É falso, no entender do PCP, e precisa de ser denunciado e combatido", afirmou aos jornalistas Carlos Gonçalves, da comissão política do Partido Comunista, em Lisboa.

"O que resulta de uma forma mais clara deste comício do Pontal é exatamente a ideia de que o Governo está inequivocamente derrotado, a questão agora é tornar essa derrota numa derrota política da direita, numa derrota política do PSD, do CDS e também do Partido Socialista", apontou.

Carlos Gonçalves sublinhou estar em causa, no escrutínio, uma "grande oportunidade" de rutura e de reforço do PCP, para garantir uma nova política e "um Portugal com futuro".

O PCP salientou que, "ao contrário do que diz o Governo, o país não está melhor" e "o Governo não deu a volta à situação", e recordou que há uma dívida "em crescimento e que é insustentável, um desemprego que, apesar de todas as marteladas, continua a envolver mais de um milhão de trabalhadores" e "uma economia que não sai da anemia".

As críticas dos comunistas estenderam-se ainda ao PS e às suas promessas.

"O PSD e o CDS, e também o PS de outra forma, insistem no caminho das falsas promessas, promessas que não pensam cumprir em circunstância nenhuma e que vão, no dia a seguir às eleições, abandonar, como sempre fizeram", apontou Carlos Gonçalves.

No comício do Pontal anterior às últimas eleições, apontou, o PSD "prometeu, por exemplo, combater o aumento de impostos, defender o Estado Social".

"O que mais ofende é, provavelmente, o facto de Passos Coelho insistir que a sua preocupação são os portugueses", disse o comunista.

O partido considera chocante que o Governo se afirme empenhado no combate às desigualdades: "Temos 2,7 milhões de pobres, o nível de vida regrediu 25 anos. Se é este o combate às desigualdades já chega, é melhor pararmos, mudar de política".

ALU (VAM) // ROC

Lusa/Fim

Ponta Delgada, Açores, 16 ago (Lusa) -- O presidente do PS afirmou hoje que os discursos na Festa do Pontal mostram uma coligação que "não pode inspirar a confiança dos portugueses" e reconheceu que das legislativas deve resultar um "resultado inequívoco", mas a favor dos socialistas.

"Os discursos destas festas do PSD, agora com as artes decorativas do CDS, mostram uma coligação que não pode inspirar a confiança dos portugueses. Primeiro porque não fala a verdade sobre o passado recente e o presente do país e depois porque esconde deliberadamente as medidas que pretende tomar nos próximos quatro anos", afirmou Carlos César aos jornalistas, em Ponta Delgada, numa reação aos discursos que marcaram a 'rentrée' do PSD e CDS-PP.

Na noite de sábado, pela primeira vez, PSD e CDS-PP juntaram-se na tradicional Festa do Pontal, em Quarteira (Algarve), numa 'rentrée' conjunta a menos de dois meses das eleições legislativas de 04 de outubro.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu a necessidade de "um resultado politicamente inequívoco" nas próximas eleições, sublinhando a importância da estabilidade governativa.

O socialista Carlos César está de acordo com a necessidade de sair das próximas eleições um "resultado inequívoco", mas frisou que "a direita não tem mais por onde ir buscar o apoio aos portugueses", enquanto o PS apela "a todos os eleitores para que concentrem o seu voto neste partido centro-esquerda, o único que pode vencer estas eleições, substituir e alterar este caminho difícil e penoso" percorrido nos últimos anos.

O presidente do PS considerou que tanto Portas como Passos Coelho fizeram "discursos orientados para fazer oposição à oposição", nada dizendo sobre as medidas que a coligação pretende tomar se vencer as eleições legislativas.

"Esta coligação tem duas naturezas de medidas: fazer o mesmo que tem feito, ou seja, prolongar e acentuar em algumas componentes políticas de austeridade, agravar medidas como as que pretende na área da Segurança Social com a privatização de parte do sistema, diminuir em 600 milhões de euros o valor das pensões, fechar mais serviços públicos e tornando mais caro o Serviço Nacional de Saúde", afirmou Carlos César, classificando como "delírio absoluto" que o PS queira privatizar a Segurança Social.

O socialista criticou ainda a forma "desonesta" como a coligação coloca o debate político, nomeadamente quando envolve o caso da Grécia, alegando que "toda a gente sabe que Portugal não é a Grécia, mas toda a gente sabe também que o PS não é o Syrisa e que terá de ter a maior ponderação na futura governação do país".

"A coligação deixou-nos os cofres cheios de dívidas, empresas privadas oneradíssimas e empresas públicas vendidas ao desbarato", sublinhou.

RME // ROC

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