Médicos de família podem receber 741 euros extra se aceitarem mais doentes
Porto Canal (AYS)
Os médicos de família vão receber 741 euros se aceitarem mais doentes. Esta é uma medida provisória que irá entrar em vigor a partir de Novembro, apesar de não haver acordo por parte dos sindicatos.
Apesar da discordância dos sindicatos, o Ministério da Saúde prepara-se para pôr em prática a medida provisória que irá durar dois anos, e que será revista anualmente. Os médicos de família que aceitem o alargamento, embora temporário, das listas de utentes de 2796 unidades ponderadas (o equivalente a 2500 utentes), vão receber 741 euros brutos extra.
A unidade ponderada, calcula-se tendo em conta o tipo de doente e os cuidados que exige: uma criança até aos seis anos vale por 1,5 doentes, por exemplo.
O Jornal de Notícias teve acesso ao projecto que prevê para os médicos que trabalham 35 horas semanais, e cuja a lista de utentes inclui actualmente um máximo de 1550 utentes, um aumento até aos 1900 doentes. Já os médicos que trabalhem 40 horas semanais podem alargar a lista de utentes até aos 2500, quando o número máximo agora ronda os 1900 utentes.
Em entrevista ao JN, o secretário de Estado Adjunto de Paulo Macedo, Leal da Costa, garante que o Governo "concordou com quase tudo o que os sindicatos propuseram", excepto as listas temporárias com mais de 1900 utentes e os valores dos incentivos aos profissionais, alegando que a verba apresentada pelos sindicatos seria incomportável para o erário público. Segundo Leal da Costa, a medida será aplicada a partir de Novembro e já estão identificados os centros de saúde onde será necessária. "Querendo todos os médicos das zonas escolhidas aceitar, podemos ter a inclusão de até 200 mil utentes nas listas", assegurou.