Eurodeputada do PS sofre acusações do Jornal de Angola
Porto Canal (AYS)
A eurodeputada do PS, Ana Gomes, é acusada pelo Jornal de Angola de "atitude arrogante e provocatória" estar a "interferir em assuntos do foro único do poder judicial angolano e dos órgãos de soberania nacionais".
Ana Gomes encontra-se em Luanda a sob o convite da Associação Justiça Paz e Democracia angolana, enquanto membro do Parlamento Europeu e da subcomissão de Direitos Humanos, onde há uma forte tensão política no país.
"Não bastassem os gestos profundamente inamistosos e as demonstrações de deslealdade que tem vindo a passar a nível internacional, ao apadrinhar os novos planos de subversão contra Angola (...), a eurodeputada socialista Ana Gomes deslocou-se mesmo a Angola e, numa atitude arrogante e provocatória, tem estado a interferir em assuntos do foro único do poder judicial angolano e dos órgãos de soberania nacionais", lê-se no editorial de hoje do jornal estatal angolano.
"Mas o mais grave é que a eurodeputada portuguesa não se importou de fazer tábua rasa dos fundamentos do processo judicial, que foram apresentados publicamente pelo Ministério Público de Angola, e de solidarizar-se com indivíduos acusados de rebelião, na melhor tradição daqueles que em Portugal sempre apoiaram Jonas Savimbi [UNITA], apesar de ser considerado um criminoso de guerra", escreve ainda o Jornal de Angola.
Acrescenta-se que "Angola é um Estado de direito democrático" e que os angolanos e processo de paz "estão reconciliados" e "consolidados".
"Os dirigentes angolanos souberam sempre qual o seu papel na luta pela defesa da liberdade e dos direitos humanos. Milhões de angolanos foram capazes de combater o colonialismo e o fascismo português e deram as suas vidas para a libertação dos povos das ex-colónias portuguesas e dos povos da África Austral", pode se ler.
Por último, o Jornal de Angola diz que "ver hoje políticos portugueses ofenderem esse passado comum e glorioso de combate a favor da Humanidade, preferindo alinhar com quem fomenta a violência e a rebelião em Angola" representa "uma infâmia para os angolanos".
"Aqueles que se esquecem do passado estão condenados a cometer os mesmos erros. E nós, em Angola, não queremos isso", finaliza o editorial do jornal.