Advogado vai recorrer da prisão domiciliária de Ricardo Salgado

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Porto Canal / Agências
Lisboa, 25 jul (Lusa) -- O advogado de Ricardo Salgado considera a prisão domiciliária, medida de coação hoje decidida para o seu cliente, como "bastante desproporcional" e anunciou que vai recorrer, em declarações aos jornalistas ao início de sábado.

Francisco Proença de Carvalho, que falava no exterior do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, disse que, no final do interrogatório a Ricardo Salgado, foram determinadas várias medidas de coação, das quais "a mais relevante é a obrigação de permanência na habitação", de onde só pode sair "com autorização do meritíssimo juiz".

Depois de declarar que não ia fazer "grandes comentários, o advogado disse que, no seu entendimento, esta medida de coação é "bastante desproporcional", acrescentando: "Com todo o respeito pelo Estado de Direito e pelas regras, vamos apresentar recurso".

O causídico adiantou que o ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) se deslocou ao TCIC "voluntariamente, de forma bastante informal, como deve ser" e que "mais uma vez prestou declarações e deu os esclarecimentos que entende[u] que deve dar, sempre com uma postura cooperante, voluntária e de estar presente perante a justiça, como esteve neste ano". Recordou a propósito que "já passou mais de um ano desde a saída do BES", garantindo que "é essa sempre a postura", de colaborar com a justiça.

Depois de repetir que "a postura [se] vai manter de colaboração [e] busca da verdade do que aconteceu no BES", Francisco Proença de Carvalho garantiu que "não aceita[mos] julgamentos sumários de ninguém".

No final das suas declarações aos jornalistas, ficou a frase: "As coisas não são como começam, mas como acabam", adiantando: "Já vi muitos casos assim".

Ricardo Salgado foi inquirido desde as 09:30 de sexta-feira, pelo juiz Carlos Alexandre, e já tinha sido interrogado e constituído arguido pelo Ministério Público, na segunda-feira, no âmbito da investigação "Universo Espírito Santo", segundo um comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR), enviado à agência Lusa.

Segundo a mesma nota, no âmbito da investigação, "foram constituídos seis arguidos", estando "em causa a suspeita da prática de crimes de falsificação, falsificação informática, burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal, corrupção no setor privado e branqueamento de capitais".

RN (JPF/SO/FC) // MAG

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