Passos Coelho defende resposta comum da Europa a "Grexit"
Porto Canal
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu em entrevista à agência Reuters que a Europa deve dar uma resposta comum ao chamado "Grexit", a possibilidade de o país deixar a zona euro caso não chegue a acordo com os credores.
Os líderes europeus precisam de preparar uma resposta comum para a possibilidade de a Grécia abandonar o euro, estando agora mais bem preparados do que no auge da crise da dívida, afirmou Passos Coelho.
Países como Portugal e a Irlanda, que concluíram programas de ajustamento, estão agora numa posição mais forte, defendeu Passos Coelho durante a entrevista, antes da cimeira europeia de líderes na segunda-feira em que poderá decidir-se o futuro da Grécia.
"Seria impensável se, na área da moeda única, não houvesse uma resposta conjunta a esta situação ... é preciso (uma resposta comum) preparada pelos bancos centrais e pelo Banco Central Europeu", disse Pedro Passos Coelho.
A agência sublinha que o primeiro-ministro português não especificou como deverá ser essa resposta.
As discussões no auge da crise da dívida focaram-se na forma de defender os outros países da zona euro de contágio, mas a questão hoje "não é algo que ponha o euro em risco ou afete países como a Irlanda, Portugal, Espanha ou mesmo a Itália", afirmou.
A Reuters recorda que Portugal foi o terceiro país a ser resgatado pelos parceiros da zona euro, completando um programa de três anos de assistência financeira no ano passado.
"A almofada de liquidez que foi construída pelo Tesouro português, coloca-nos numa situação em que não há risco para qualquer pagamento que tenhamos de fazer até meados de 2016", acrescentou.
"A minha convicção é que a zona euro hoje, globalmente, tem mecanismos mais fortes para poder ajudar todos os países na zona euro numa situação como esta", declarou.
Passos Coelho disse que a situação na Grécia se deteriorou rapidamente, sem mudanças reais desde que começaram as negociações com os credores, há quatro meses, sob a alçada do novo governo grego.
A Grécia está perto do final do prazo para pagar um reembolso de 1,6 mil milhões de euros ao FMI, o que deverá fazer em menos de duas semanas. Até agora, Atenas tem recusado as exigências dos credores para mais reformas e cortes orçamentais.