Utentes de instituições de solidariedade dizem passar fome

Utentes de instituições de solidariedade dizem passar fome
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Porto Canal (JYL)

Dados revelados por um trabalho desenvolvido pela Universidade Católica para o Banco Alimentar contra a Fome e a associação Entreajuda, mostram que mais de metade das pessoas que recorreram a apoio nas instituições de solidariedade social, no ano passado, não tinham rendimento familiar suficiente para viver.

O estudo Utentes de Instituições de Solidariedade Social – Uma abordagem à Pobreza nesta população, publicado nesta segunda-feira, contou com inquéritos a 1889 utentes apoiados por 216 instituições de solidariedade social. Em metade dos casos o rendimento familiar é inferior a 400 euros mensais, com 25% das famílias a receberem ainda menos de 250 euros. Só 28% dos inquiridos recebiam mais de 28%, o que são números em linha com os obtidos num trabalho semelhante em 2012. Regra geral, os agregados com menores rendimentos correspondem também aos inquiridos com menor escolaridade.

No total, 53% dos utentes inquiridos disseram que “o rendimento da família nunca é suficiente para viver e 33% que às vezes é suficiente”. Apenas 14% dizem que o rendimento é suficiente.

A investigadora Tânia Correia, uma das autoras do estudo do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa, revelou ao Público que esta melhoria na percepção perante os rendimentos mensais, “possivelmente” pode ser atribuída a “uma adequação das expectativas a uma nova realidade que as pessoas têm vivido nos últimos anos” e a um reforço do papel das instituições de solidariedade. Mas reforça que “não nos podemos esquecer que cerca de 80% dos respondentes sentem-se pobres”.

Em relação à fome, o trabalho indica que 20% dos inquiridos admitiram ter tido falta de alimentos ou sentido fome alguns dias por semana nos seis meses antes do estudo. Tânia Correia acrescenta que “a situação alimentar dos utentes melhorou”, mas alerta que “a situação de muitos destes utentes é ainda preocupante” já que “este é um projecto levado a cabo junto de instituições apoiadas pelo Banco Alimentar e a Entrajuda e, como tal, a ajuda alimentar é a mais procurada pelos utentes”. Aliás, em 87% dos casos a ajuda traduz-se em cabazes ou refeições.

O estudo, contudo, assinala que os dados recolhidos em 2014 e 2015 revelam uma melhoria na situação alimentar destes utentes relativamente a 2012 (26 e 14 por cento respectivamente), quando tinha sido realizada a última edição deste trabalho, iniciado em 2010.

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