Porto da Figueira da Foz estuda viabilidade do aprofundamento da barra
Porto Canal / Agências
Em declarações à agência Lusa, Braga da Cruz, presidente da Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF), afirmou que aquela entidade pretende saber "até onde se pode ir" na melhoria do acesso marítimo ao porto da Figueira da Foz e que os estudos de viabilidade incluem as componentes técnica, ambiental e económico-financeira.
"Os estudos assentarão necessariamente na consideração da possibilidade técnica de efetuar a alteração que permita receber navios com uma dimensão máxima a definir, mas que será superior a um comprimento de 140 metros face aos 120 atuais", lê-se numa nota da APFF.
Atualmente, o porto da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, pode receber navios com um calado máximo de 5,5 metros (que pode ir até aos 6,5 metros dependendo das condições de assoreamento do canal de navegação), tendo Braga da Cruz admitido que o calado dos navios - medido em profundidade, na vertical, entre o ponto mais baixo da quilha da embarcação e a superfície da água - "é um dos parâmetros que condicionam o acesso" ao porto.
Outros relacionam-se com o comprimento dos navios - com relação direta nas manobras que têm de efetuar num porto comercial - ou a largura das embarcações, que exige equipamentos (como gruas e guindastes) que possam "varrer" todo o navio nas operações de carga e descarga de mercadorias, explicou.
Os estudos de viabilidade compreendem não só o aprofundamento da barra - em leito rochoso e que foi alvo de intervenção há cerca de 15 anos - mas também o canal de acesso ao porto comercial, a chamada bacia de rotação [dos navios] e os cais de acostagem.
"Pretende-se estudar quer a fase de construção, quer a fase de exploração, de modo a assegurar que a execução de um eventual aprofundamento se traduzirá numa vantagem real para os clientes do porto", refere a nota da APFF, adiantando que os resultados do estudo deverão estar disponíveis no último trimestre de 2015, dentro de sensivelmente seis a sete meses.
Na nota, a administração portuária sustenta que a realização dos estudos de viabilidade foi discutida e debatida com a comunidade portuária e autarquia da Figueira da Foz, tendo reunido "um amplo consenso".
O custo dos estudos, que não foi divulgado, será suportado "em partes iguais" pela APFF, Câmara Municipal e Comunidade Portuária, acrescenta.
Em 2014, o Governo aprovou o Plano Estratégico de Infraestruturas e Transportes (PETI), a decorrer até 2020, que, no caso do porto da Figueira da Foz, destinava 25 milhões de euros para o aprofundamento da barra e do canal de acesso, assim como o alargamento da bacia de manobras para receção de navios maiores.
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