Fátima: Vínculo da fé católica entre Portugal e Brasil é mais forte que o da língua
Porto Canal / Agências
"Estão unidos, por especiais vínculos de fraternidade, esta querida pátria lusitana e o Brasil, Terra de Santa Cruz. Sem dúvida que o vínculo mais forte é o da fé católica, mais forte, ousaria dizer, do que a língua comum, que nos permite comunicar com facilidade", disse o cardeal Raymundo Damasceno Assis.
Aos milhares de fiéis -- segundo o santuário são 210 mil - que se encontram no recinto, este ano com condicionalismos devido à construção de um novo altar, o arcebispo referiu-se à devoção mariana nos santuários de Fátima e de Aparecida.
"Os anos 17 do século XVII e XX são marcados por especiais eventos marianos, lá e aqui. Lá, no Brasil, em 1717 o encontro extraordinário da imagem milagrosa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida", explicou, adiantando que em Portugal, em 1917, ocorreu "a milagrosa aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos".
Para Raymundo Damasceno Assis, "os detalhes das devoções que se formam são diferentes, aqui e lá, mas é comum o rico e profundo ambiente de oração que se cultiva e cresce".
Aludindo à entronização da imagem da Virgem Aparecida, padroeira do Brasil, na terça-feira, na escadaria norte, no recinto, no início da peregrinação, o arcebispo considerou que se manifesta, "ainda mais claramente, os vínculos que unem" os dois países, que "são vínculos de fé católica e de verdadeira devoção à Virgem".
Sobre os acontecimentos de Fátima, em 1917, quando o mundo assistia às "atrocidades da 1.ª Guerra Mundial", o cardeal referiu que "chamam à atenção de um coração humano, o Imaculado Coração de Maria".
"É do coração humano que brotam as atrocidades, mas é também de um coração humano, todo ele transfigurado pela graça de Deus, que brota a paz", acrescentou Raymundo Damasceno Assis.
A missa está a ser concelebrada por 39 bispos e 380 padres, informou o templo.
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