CDU não vai ficar de "braços cruzados"

| Política
Porto Canal / Agências

Funchal, Madeira, 31 mar (Lusa) -- O mandatário da candidatura da CDU (PCP/PEV) na Madeira declarou que esta força política "não vai aceitar de braços cruzados" a decisão do presidente da assembleia de apuramento eleitoral que devolveu ao PSD a maioria absoluta nas regionais madeirenses.

"Não vamos aceitar de braços cruzados esta decisão que foi tomada pelo senhor presidente da comissão eleitoral de resultados", declarou Leonel Nunes esta noite aos jornalistas após a recontagem dos votos das eleições regionais de domingo na Madeira, admitindo o recurso ao Tribunal Constitucional.

A assembleia de apuramento das legislativas de domingo na Madeira detetou um erro informático depois de afixar o edital que retirava a maioria absoluta ao PSD, não tendo sido considerada a votação do Porto Santo, disse fonte da assembleia.

A assembleia detetou hoje um erro na programação informática que não contabilizou os dados referentes ao Porto Santo quando foi feita a distribuição dos mandatos pelos partidos e apenas foi tida em conta a votação da ilha da Madeira e procedeu a uma nova recontagem, acabando por ser reconfirmada a maioria absoluta do PSD.

"Vamos recorrer aos locais onde o PSD também pensava recorrer, Tribunal Constitucional e outras instâncias em relação a esta matéria" vincou Leonel Nunes, confrontado com a situação desta força política não ter conseguido alcançar o terceiro deputado no parlamento madeirense.

O dirigente comunista argumentou que, na avaliação da assembleia de apuramento geral efetuada hoje, "houve atas, por exemplo, onde o PSD tinha 48 votos e concluíram que tinha 148".

No seu entender, "há coisas muito estranhas nestes resultados", sustentando que "é necessário, para que a verdade vença, que se faça, mais um dia ou dois, uma recontagem total".

"Não tenho dúvidas que chapeladas [...] há muitas e muitas", concluiu.

O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, João Almeida, anunciou hoje que a segunda recontagem dos votos relativos às eleições regionais da Madeira confirmou que o PSD conseguiu a maioria absoluta.

Depois de no domingo os resultados provisórios terem atribuído 24 deputados ao PSD e confirmado a sua 11.ª maioria absoluta, hoje uma primeira recontagem retirou essa maioria absoluta e chegou a ser afixado um edital em que os sociais-democratas perdiam um deputado em benefício da CDU. No entanto, duas horas depois a assembleia geral de apuramento detetou que os votos de Porto Santo não tinham sido contabilizados por erro informático.

"Contabilizando [os votos de Porto Santo] o resultado é diferente e o PSD mantém a maioria absoluta", afirmou João Almeida, em declarações aos jornalistas, na residência oficial do Representante da República, onde decorreram as recontagens.

De acordo com os resultados totais provisórios divulgados no domingo pela secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (MAI), o PSD venceu com maioria absoluta (44,3%) as eleições regionais antecipadas na Madeira, mas a verificação da assembleia de apuramento geral, realizada hoje, ditou a perda dessa maioria absoluta, facto que, a confirmar-se, aconteceria pela primeira vez desde 1976.

De acordo com os dados provisórios divulgados no domingo, no Porto Santo o PSD obteve 54,95% dos votos (1.532 votos) e a CDU 2,55% (71 votos).

DYC/AMB/ROC (SMA) // SMA

Lusa/fim

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