Frente Atlântica divide forças políticas da Assembleia Municipal do Porto
Porto Canal / Agências
Porto, 21 dez (Moura) - O PSD desvaloriza a criação da Associação de Municípios da Frente Atlântica, que segunda-feira será discutida na Assembleia Municipal do Porto, a CDU diz que "é apenas mais um palco" para os autarcas envolvidos e o PS aplaude.
A Frente Atlântica do Porto é uma associação que une os municípios de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia e tem como objetivo procurar captar fundos comunitários e lutar contra o centralismo.
O líder do grupo municipal do PSD na Assembleia Municipal do Porto, Luís Artur, sociais-democratas portuenses considerar tratar-se de uma aposta errada da Câmara e do seu presidente, Rui Moreira.
"O natural é a Câmara do Porto liderar a área metropolitana e não envolver-se em qualquer outra entidade associativa", sustentou Luís Artur, considerando que a Frente Atlântica, no plano político, não garante "resultado nenhum".
O social-democrata aconselha, por isso, Rui Moreira a dar prioridade à área metropolitana do Porto, composta por 19 municípios, na perspetiva da gestão futura de fundos comunitários.
"Vamos abster-nos" nessa proposta, anunciou à agência Lusa.
A CDU considera que a Associação de Municípios da Frente Atlântica "é apenas mais um palco para que os presidente das Câmaras (de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia) possam aparecer nos media".
O Bloco de Esquerda aprova a iniciativa. "Não tem mal nenhum, só tem coisas boas", referiu à Lusa do deputado municipal bloquista José Castro.
O eleito é de opinião que os três concelhos agrupados na Frente Atlântica do Porto "devem aproveitar o que os une e candidatarem-se a projetos comuns", uma ideia que o PS subscreve.
O socialista Gustavo Pimenta entende que esta associação e a área metropolitana são duas "realidades diferentes", observando que a Frente Atlântica corresponde a "um território com uma grande continuidade" e que pode ser "uma boa experiência para os três municípios" associados.
Muito mais pacífica é a proposta para que a Câmara assuma a gestão do parque desportivo que o INATEL possui na cidade e que se encontra degradado e subaproveitado.
A autarquia e o INATEL já se entenderam. O acordo prevê que a Câmara assuma a gestão do parque desportivo já a partir de 1 de janeiro e por um prazo de 20 anos, pagando por isso 31 mil euros anuais àquela instituição e responsabilizando-se pela recuperação e manutenção das respetivas instalações.
"É um espaço magnífico", refere Gustavo Pimenta. Considera que o acordo beneficia a cidade, porque permitirá reforçar a oferta de equipamentos desportivos na cidade, mas equivale a uma "falência do próprio governo".
José Castro também concorda que "o município fica a ganhar com a exploração daquele complexo", Luís Artur subscreve e Artur Ribeiro reforça dizendo que "talvez seja vantajoso" ser a Câmara a tomar conta daquele complexo.
"Toda a gente é a favor de que aquilo passe para a Câmara", resumiu o líder o grupo municipal independente Porto, O Nosso Partido, André Noronha.
Para este deputado, "o problema é volume de obras que a Câmara vai ter de fazer" para recuperar aquele parque desportivo. O investimento previsto é de cerca de meio milhão de euros, segundo afirmou à Lusa uma fonte do gabinete de comunicação da autarquia.
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