MP pede condenação do ex-governante Paulo Júlio por crime de prevaricação

| Desporto
Porto Canal / Agências

Condeixa-a-Nova, Coimbra, 18 dez (Lusa) - O Ministério Público (MP) defendeu hoje, no Tribunal de Condeixa-a-Nova, a condenação do ex-secretário de Estado da Administração Local Paulo Júlio pelo crime de prevaricação, praticado quando era presidente da Câmara Municipal de Penela.

O antigo governante está a ser julgado desde o dia 02 de dezembro por suspeita de um crime de prevaricação no âmbito de um concurso para um cargo de chefia na Câmara de Penela - a que presidiu de 2005 a 2011 - que foi vencido pelo funcionário Mário Duarte, seu primo em sexto grau.

O representante do MP defendeu a condenação de Paulo Júlio, atual gestor numa empresa privada, a uma pena suspensa e ao pagamento de uma quantia em dinheiro a uma instituição, por considerar que o então autarca atuou de "forma premeditada e específica para beneficiar" o funcionário selecionado.

Há seis anos, no âmbito de um concurso interno aberto a candidatos com vínculo à administração pública, Mário Duarte, licenciado em História de Arte e funcionário do município de Penela, ascendeu ao cargo de chefe de divisão da autarquia para a área da Cultura e do Património.

O ex-autarca, que renunciaria à função governativa na sequência desta acusação, foi depois ilibado pelo Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra.

Mas, há um ano, o recurso apresentado pelo MP foi julgado procedente pelos juízes do Tribunal da Relação de Coimbra, obrigando à realização do julgamento do dirigente social-democrata, que integra a Comissão Política Nacional do PSD.

"Da prova produzida, resulta que o arguido ao restringir o concurso aos licenciados em História de Arte, ao convidar para presidente do júri um professor que mantinha contactos com Mário Duarte e ao confirmar todo o processo [do concurso] atuou de forma premeditada e específica", disse hoje o representante do MP, nas alegações finais.

O procurador do MP considerou que a restrição do concurso aos licenciados em História de Arte violou o princípio constitucional do direito à igualdade e do acesso à função pública.

O advogado de defesa de Paulo Júlio rejeitou a tese de favorecimento ao primo em 6.º grau e considerou o concurso interno realizado como uma "decisão legítima e legal" tomada pelo órgão autárquico legitimamente constituído.

Para o causídico António Arnaut, o MP "não tem de se imiscuir numa decisão política", que vai de encontro à estratégia defendida para o município de Penela, sufragada pelo povo em eleições.

"É uma intromissão abusiva, indesejável e persecutória contra Paulo Júlio", sublinhou, dando alguns exemplos de concursos idênticos noutras Câmaras do país, sem que o MP tenha aberto inquérito judicial.

Segundo o advogado, "se este tipo de concursos é regra comum nas outras autarquias, o MP tem de atuar em todas para não violar o princípio da igualdade".

António Arnaut rejeitou que o arguido tenha cometido qualquer crime e pediu justiça ao tribunal.

A sentença está marcada para 14 de janeiro, às 14:00, no Tribunal de Condeixa-a-Nova.

AMV (CSS) // SSS

Lusa/Fim

+ notícias: Desporto

FC Porto (Voleibol): Tetracampeãs de Portugal. Crónica do jogo

2021, 2022, 2023 e 2024: o Futebol Clube do Porto acaba de se sagrar Campeão Nacional pela quarta vez desde que abriu a secção de voleibol feminino. Obrigadas a vencer o quinto e último dérbi da final do play-off, as novas Tetracampeãs deram uma resposta à altura dos pergaminhos do clube e bateram o PV Colégio Efanor, por 3-0, no Dragão Arena.

FC Porto (Voleibol): Azuis e Brancas sagram-se campeãs e garantem tetra

A equipa de voleibol do FC Porto é tetracampeã da Liga Solverde, depois de vencer o quinto e último jogo, dos playoffs da final, no Dragão Arena, frente ao PV Colégio Efanor, por 3-0.

Miguel Coelho: "É a vitória mais especial da minha carreira"

O FC Porto sagrou-se Tetracampeão Nacional de voleibol feminino após vencer o PV Colégio Efanor pela margem máxima na grande decisão da temporada 2023/24. No rescaldo do quinto e derradeiro jogo da final do play-off, Miguel Coelho descreveu um momento de “enorme felicidade” e do “dia mais feliz da carreira”, enquanto Joana Resende falou em nome de “um grupo forte com os valores do clube” recheado de atletas “dignas de representar o símbolo” portista.