Pires de Lima diz que detenção de Sócrates não deve ser arma no combate político

Pires de Lima diz que detenção de Sócrates não deve ser arma no combate político
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Porto Canal

O ministro da Economia, António Pires de Lima, escusou-se hoje a avaliar a detenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates, considerando que o assunto não deve ser usado como arma no combate político.

"Eu não faço avaliação nenhuma e muito menos vou fazer de um tema que é de Justiça arma no combate político", afirmou aos jornalistas o governante, à margem de um evento em Lisboa.

"As pessoas sabem que muitas vezes eu divergi do engenheiro José Sócrates, muitas vezes eu marquei as diferenças relativamente àquilo que se qualificava como o socratismo, fi-lo muitas vezes", sublinhou.

"Mas seria incapaz, por princípio e por educação, de usar aquilo que para mim é um caso de Justiça como pretexto para o combate político. Não o vou fazer agora, nem o vou fazer nunca", vincou.

Questionado sobre a recente sucessão de escândalos que envolvem altas figuras do Estado, de políticos, a autoridades e à alta finança, Pires de Lima considerou que não é um problema exclusivo de Portugal.

"O funcionamento da Justiça, com estes aspetos mais mediáticos, e que no mundo moderno são acompanhados pela comunicação social, acontece em Portugal, mas acontece também nos outros países, nomeadamente, nas democracias ocidentais", sublinhou.

"Nós vemos a Justiça a funcionar com igual aparato noutras democracias ocidentais, aqui ao nosso lado, e também no norte da América", reforçou o ministro, sem nunca se referir diretamente ao caso dos vistos 'gold', à detenção de Sócrates ou ao caso BES, sobre os quais tinha sido questionado.

"Por isso, apesar disto tudo ser um bocadinho novo para nós, temos que olhar para isto com a tranquilidade e a serenidade de quem está com a consciência tranquila e está a fazer o trabalho que é preciso fazer para continuar a levantar Portugal", salientou Pires de Lima.

O ex-primeiro ministro foi detido pouco depois das 22:00 de sexta-feira, no aeroporto de Lisboa, depois da viagem desde Paris, tendo sido transportado de imediato para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), onde lhe foi comunicado que estava indiciado dos crimes de branqueamento de capitais, corrupção e fraude fiscal qualificada.

Com os mesmos crimes, Carlos Santos Silva, amigo de longa data de José Sócrates, e o advogado Gonçalo Trindade Ferreira também foram detidos na quinta-feira.

Igualmente detido nesse mesmo dia, o motorista de Sócrates, João Perna, está indiciado de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e detenção de arma proibida.

Na segunda-feira, foi aplicada a prisão preventiva a Sócrates, Perna e Santos Silva.

O Tribunal Central de Instrução Criminal não determinou a Gonçalo Trindade Ferreira medida de coação restritiva de liberdade, impondo-lhe as proibições de ausência para o estrangeiro e de contactar com os demais arguidos assim como a obrigação de apresentação bissemanal no DCIAP.

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