Debate na especialidade arranca com críticas da maioria à "irresponsabilidade" da oposição
Porto Canal / Agências
Lisboa, 20 nov (Lusa) - A maioria PSD/CDS-PP iniciou hoje o debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2015 acusando a oposição de irresponsabilidade e as bancadas parlamentares de esquerda a responderem com ataques ao documento que "empobrece" os portugueses.
No arranque de quatro dias dedicados à discussão em plenário na especialidade do Estado (OE) para 2015 apresentada pelo Governo, todas as bancadas fizeram uma primeira intervenção introdutória, repetindo argumentos a favor e contra a propostas o Governo.
Pelo PSD, o deputado Duarte Pacheco centrou o seu discurso na "irresponsabilidade" da oposição que "promete tudo a todos", repetindo ano após ano propostas que "cheiram a bafio" e com um forte cariz ideológico.
O PS mereceu uma ´nota' especial na intervenção do deputado social-democrata, que acusou os socialistas de incoerência ao apresentarem propostas de alteração que "aumentam a despesa em centenas de milhões de euros" sem se preocupar com os compromissos internacionais assumidos por Portugal.
"É uma irresponsabilidade que já conhecíamos do Governo Sócrates e que agora renasce em vésperas de eleições", afirmou Duarte Pacheco, contrapondo esta posição com "o sentido de responsabilidade" da maioria PSD/CDS-PP.
A deputada do CDS-PP Cecília Meireles corroborou o discurso da bancada social-democrata, sublinhando que o OE para 2015 é um documento que "marca a diferença e a passagem a um novo ciclo de retoma".
Na resposta às críticas da maioria, o deputado do PS João Galamba reiterou a decisão dos socialistas de votarem contra o OE para 2015, adiantando que as propostas de alteração apresentadas pela sua bancada não pretendem ser um novo Orçamento,.
"Para haver um novo Orçamento precisamos de eleições", disse, rejeitando as contas feitas pela maioria às propostas dos socialistas.
Paulo Sá, do PCP, falou das propostas de alteração apresentadas pela bancada comunista, sublinhando que "não são remendos a um Orçamento que não tem remendo".
"Este é um Orçamento de continuação da política dos PEC's e da ?troika'", acusou, prometendo que o PCP "combaterá todas as propostas do Governo e da maioria PSD/CDS-PP que afundam o país e empobrecem os portugueses" e mostrará que é possível uma política alternativa.
A deputada do BE Mariana Mortágua deixou igualmente críticas ao "falhanço" da política fiscal e governativa do executivo de maioria PSD/CDS-PP, considerando que a proposta de OE para 2015 "contribui para o aumento dos milionários e o aumento da pobreza".
"Nenhum partido apresentou tantas propostas como o BE, todas com o mesmo objetivo: mais justiça", frisou.
Heloísa Apolónia, do partido ecologista Os Verdes, repetiu as críticas "à opção claríssima da maioria de manter uma brutal austeridade no OE" e à "componente ideológica" de esvaziar as funções do Estado.
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