Futuro dos trabalhadores da STCP preocupa autarca de Valongo

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Porto Canal / Agências

Valongo, 19 nov (Lusa) - O presidente da câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, considerou hoje "inaceitável" que uma das possíveis "consequências" do processo de concessão da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) seja o "despedimento de muitos funcionários".

Num comunicado intitulado "Presidente da câmara de Valongo preocupado com futuro dos trabalhadores da STCP", a autarquia refere que José Manuel Ribeiro recebeu, na terça-feira, vários sindicatos e comissões de trabalhadores ligados ao setor, por solicitação destas entidades.

Na sequência desse encontro, o autarca socialista anunciou que vai questionar por carta o conselho de administração da STCP sobre dois temas: "saber quantos trabalhadores são residentes no concelho de Valongo" e exigir esclarecimentos sobre "a taxa de incumprimento" nesta cidade "no que respeita à supressão de horários e à diminuição de veículos".

"Há muitos trabalhadores da STCP residentes em Valongo, e pelo que se pode concluir do caderno de encargos do processo de concessão desta empresa, uma das consequências é o despedimento de muitos funcionários, o que é inaceitável", afirmou hoje José Manuel Ribeiro.

A nota da autarquia de Valongo dá conta de que, na reunião, o autarca socialista disse que "os autarcas metropolitanos exigiram desde sempre ao Governo garantias de defesa dos interesses das populações e dos trabalhadores da empresa".

José Manuel Ribeiro avançou que esta exigência surge da convicção de que "o processo em curso ignora completamente esses interesses e é um retrocesso na qualidade do serviço público de transportes metropolitanos".

Em causa está, para o autarca, "um recuo na coesão metropolitana" e a criação de "autênticos guetos sociais, de milhares de pessoas com mobilidade suprimida ou reduzida consideravelmente".

De acordo com José Manuel Ribeiro, no caderno de encargos retificado pelo Governo para a concessão da STCP "prevê-se uma redução de 10% da oferta do serviço e uma diminuição de 220 trabalhadores que não passarão para o concessionário".

O autarca elencou, também, preocupações relacionadas com o impacto dos veículos no meio ambiente, uma vez que o novo caderno de encargos não exige a aquisição de veículos a gás, admitindo a compra de veículos com nove anos, ou a o fim da exigência de piso rebaixado, que "prejudica" os utentes com mobilidade reduzida.

"Não compreendo que numa altura em que se fala tanto de fiscalidade verde se aprove este caderno de encargos que representa um retrocesso ambiental com impacto negativo na qualidade de vida dos cidadãos da Área Metropolitana", frisou José Manuel Ribeiro.

O concurso público para a subconcessão da operação e manutenção da STCP, processo que inclui a Metro do Porto, foi lançado a 08 de agosto.

A 30 de outubro, num plenário, os trabalhadores da STCP revelaram ter decidido entrar em greve caso sejam "inconclusivos" os novos pedidos ao Governo para contratar motoristas e anular o concurso público de subconcessão da empresa.

Já o presidente da câmara do Porto, o independente Rui Moreira, disse a 21 de outubro, que o município "continua a não detetar no caderno de encargos resposta para aquelas que são as suas maiores preocupações", tratando-se do mesmo autarca que chegou avançar com a ideia de concorrer, em conjunto com autarquias vizinhas, a este concurso.

No dia anterior, à margem de uma reunião de câmara, o presidente da câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues (PS) defendeu ver com "melhores olhos uma solução mista", ou seja juntando municípios e privados, do que um consórcio de municípios.

PYT (ACG/SYF) // JGJ

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