Presidente do ISP diz que intervenção na Tranquilidade seria má opção
Porto Canal / Agências
Lisboa, 18 nov (Lusa) - O presidente do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), José Almaça, justificou hoje que o supervisor decidiu não intervir na seguradora Tranquilidade para não criar incerteza no setor, garantindo que essa foi a melhor opção.
"Se tivesse havido uma intervenção por parte do ISP, com certeza não teria corrido tão bem como correu até agora", afirmou aos jornalistas o responsável, à margem da sua audição na comissão de inquérito parlamentar à gestão do Banco Espírito Santo (BES)/ Grupo Espírito Santo (GES).
A Tranquilidade fazia parte do universo Espírito Santo e é presidida por Pedro Brito e Cunha, primo de Ricardo Salgado, o líder histórico do BES que foi afastado este verão da presidência do banco, semanas antes do seu colapso.
Certo é que o ISP tem em curso um processo de averiguações ao financiamento feito pelas seguradoras do GES a outras entidades do grupo, num período em que já eram públicos os problemas graves que atravessavam.
"Vamos ver o que vamos encontrar", afirmou Almaça, escusando-se a antecipar quaisquer resultados das análises que o ISP está a fazer neste campo.
"Deixem-me chegar ao fim das averiguações. Haverá responsabilidades de um nível e outras de outro", frisou.
Questionado sobre quando espera que estas averiguações estejam terminadas, o presidente do ISP disse que é "desejável" que tal ocorra até ao fim do ano.
Em causa estão "operações de financiamento ao GES" realizadas pela Tranquilidade, que informou o ISP sobre a situação a 18 de junho.
No total, são 150 milhões de euros, dos quais 85 milhões de euros de papel comercial da ESFIL, 50 milhões de euros de papel comercial da ESFG e 15 milhões de euros de financiamento de tesouraria à ESF Portugal.
A comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES arrancou na segunda-feira e no total serão ouvidas cerca de 130 personalidades ligadas direta e indiretamente ao universo Espírito Santo.
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