BdP espera ofertas vinculativas pelo Novo Banco até "meio do 2.º trimestre"
Porto Canal / Agências
Lisboa, 17 nov (Lusa) - O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, disse hoje esperar até "meio do segundo trimestre" de 2015 as ofertas vinculativas para a compra do Novo Banco.
As ofertas indicativas deverão surgir no começo do próximo ano e as vinculativas entre abril e "meio do segundo trimestre", disse o governador no parlamento, falando na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).
"Temos indicação que há interessados" no Novo Banco, declarou, acrescentando que se for encontrada uma solução onde seja garantida, por exemplo, a "concessão de crédito necessária" à economia ter-se-á "passado ao lado de uma tempestade".
A venda do Novo Banco será feita com "transparência, segurança e estabilidade", asseverou Carlos Costa, reforçando que a mesma vai ser seguida pela Comissão Europeia.
O governador está a ser ouvido desde as 09:00 na comissão parlamentar de inquérito, tendo sido feita apenas uma pausa de cerca uma hora para almoço.
Os trabalhos retomaram pelas 14:15 e esta tarde será ainda ouvido o vice-governador Pedro Duarte Neves.
A audição de José Ramalho, presidente do Fundo de Resolução, acionista único do Novo Banco, foi por sua vez adiada para dia 25, já não decorrerá, por isso, na tarde de hoje.
A comissão terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
Será também avaliado, por exemplo, o funcionamento do sistema financeiro e o "processo e as condições de aplicação da medida de resolução do BdP" para o BES e a "eventual utilização, direta ou indireta, imediata ou a prazo, de dinheiros públicos".
A 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas, enquanto no 'banco bom', o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.
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