Legionella: Bactérias nas torres de arrefecimento são as mesmas que infetaram alguns doentes

Porto Canal
O diretor geral da Saúde anunciou hoje que alguns dos doentes com 'legionella' têm a bactéria encontrada em torres de arrefecimento de fábricas em Vila Franca de Xira, que não identificou por o caso estar "em segredo de justiça".
Francisco George falava aos jornalistas no final da apresentação dos resultados dos estudos epidemiológicos efetuados pela 'taskforce' constituída para acompanhar o surto de 'legionella' em Vila Franca de Xira, que conta com a presença dos ministros da Saúde, Paulo Macedo, e do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva.
Segundo Francisco George, o surto -- que causou 316 doentes e sete mortos -- deveu-se a uma "conjugação rara de fatores ambientais que explicam a magnitude do surto" e que incluiu "uma elevada concentração de bactérias e aerossóis em torres de arrefecimento", além de condições climatéricas específicas.
"Há dados analíticos que estabelecem ligações entre bactérias encontradas em torres de arrefecimento e doentes com 'legionella'", adiantou Francisco George.
Questionado sobre quais as torres e de que empresas foram identificadas as bactérias semelhantes às encontradas nos doentes, Francisco George disse que não podia divulgar por o caso estar em "segredo de justiça", no âmbito da investigação do Ministério Público.
Segundo o inspetor-geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Nuno Banza, as análises recolhidas pelos técnicos deste organismo foram já submetidas e validadas ao Ministério Público.
A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.