Funeral de Fernando de Mascarenhas realiza-se quinta-feira à tarde

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 13 nov (Lusa) - O funeral de Fernando de Mascarenhas, presidente da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, que morreu hoje, em Lisboa, realiza-se na quinta-feira, do palácio de Fronteira para o cemitério dos Olivais, em Lisboa, anunciou a instituição.

O velório de Fernando de Mascarenhas realiza-se hoje, no salão das batalhas daquele palácio, onde é celebrada missa de corpo presente na quinta-feira, pelas 15:30, seguindo-se o funeral para o cemitério dos Olivais, onde se realiza a cerimónia de cremação pelas 17:30, segundo a mesma fonte.

Fernando José Fernandes Costa de Mascarenhas nasceu em Lisboa, a 15 de abril de 1947, era o 12.º marquês de Fronteira, 10.º marquês de Alorna e 13.º conde da Torre, e representava a casa dos Távoras.

Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, lecionou na Universidade de Évora durante oito anos.

Conhecido pelo título de marquês de Fronteira, Fernando de Mascarenhas, numa entrevista à Lusa, na década de 1990, sublinhou: "Os privilégios trazem consigo responsabilidades".

Em 1989, instituiu a Fundação das Casa de Fronteira e Alorna, com fins culturais, científicos e educativos.

Além de seu presidente, era o responsável pela programação cultural, no âmbito da qual organizou numerosas atividades, entre as quais cerca de duas dezenas de colóquios, com particular incidência no âmbito da História da Arte, mas também no da História e Literatura, bem como sobre temas ligados à Filosofia e ao Restauro.

Fez diversos recitais de Poesia, colaborando, nomeadamente, com os poetas brasileiros Ivo Barroso, Ivan Junqueira, Alexei Bueno, António Carlos Secchim e Marco Luchesi.

Sob a sua orientação dirigiu e animou vários colóquios, comunidades de leitores e grupos de leitura em colaboração com personalidades, entre as quais Maria João Seixas, José Pedro Serra, Isabel Pires de Lima, Álvaro García de Zúniga, António Feijó, José Mendonça, Antónia Brandão, Isabel Alçada, João Almeida Flor, Vanda Anastácio e Isabel Franco.

Fernando de Mascarenhas foi um opositor ao regime de ditadura, anterior ao 25 de Abril de 1974, tendo sido conhecido como "marquês vermelho". No seu palácio, em S. Domingos de Benfica, realizaram-se várias reuniões de oposicionistas.

Na entrevista à Lusa afirmou-se "um liberal de esquerda", "homem avidamente interessado na cultura" e um cidadão do mundo. Viajar era, aliás, umas das suas paixões, como afirmou.

Em 1994, foi condecorado com a Comenda da Ordem da Liberdade.

Mascarenhas foi presidente da Associação dos Amigos da Companhia Nacional de Bailado, da qual presidia atualmente a mesa da assembleia geral. Foi um dos fundadores e dirigiu o Instituto da Nobreza Portuguesa e representava a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, como membro da Direção da Associação Portuguesa das Casas Antigas.

Fonte da Fundação salientou à Lusa, o "extenso e notável trabalho de divulgação cultural" que Fernando de Mascarenhas realizou, tendo dirigido e apresentado o programa "Travessa do cotovelo", na RTP2, em 2000. Fernando de Mascarenhas colaborou também com o Plano Nacional de Leitura.

Em 1994, publicou "Sermão ao meu Sucessor -- Notas para uma Ética da Sobrevivência", que apresentou na sala das batalhas do palácio. Casado duas vezes, impossibilitado de ter filhos devido a "um problema endócrino", detetado aos 14 anos, como revelou numa entrevista à imprensa, designou como sucessor seu "primo António".

António é "aquele que a transição nobre determina", afirmou Fernando de Mascarenhas acrescentando em seguida: "Quando nasceu, já sabia que seria o meu sucessor. Não é tê-lo escolhido. É prestar-lhe uma atenção particular por isso. Não tenho uma relação muito próxima, exatamente porque não é meu filho. Gosto muito do António, acho que ele gosta de mim, mas os pais são os pais. Tenho muito pudor em entrar pelas pessoas adentro, sobretudo se a relação não for de igualdade".

NL // MAG

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