PCP considera "farsa" as divergências entre Governo e 'troika'
Porto Canal
O PCP considerou hoje uma "fantasia" o cenário macroeconómico do Governo para 2015, mas sustentou tratar-se de "uma farsa" as divergências entre o executivo e a ‘troika' sobre o caminho de austeridade para o país.
Miguel Tiago, deputado do PCP, falava aos jornalistas no parlamento, após o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter piorado as previsões para o défice orçamental português, esperando que fique acima dos três por cento, pelo menos, até 2016 e antecipando que seja de 5 por cento este ano e de 3,4 por cento em 2015, acima das estimativas do Governo.
"Tanto a Comissão Europeia como o FMI contestam o cenário macroeconómico que o Governo apresentou no Orçamento para 2015, comprovando as dúvidas que o PCP já tinha levantado sobre esse mesmo cenário. Mas o Governo, o FMI e a Comissão Europeia insistem na opção pelo défice", apontou Miguel Tiago.
De acordo com o deputado do PCP, "independentemente de o Governo fingir fazer frente aos números apresentados pelo FMI, ou de o FMI fingir que não concorda com tudo o que o Governo faz, a questão central permanece: A austeridade tem de produzir determinados resultados".
"Estamos perante uma farsa em que parece que Governo e ‘troika' estão a divergir, mas o Governo está a aplicar exatamente aquilo que a ‘troika' entende. O que está a ser aplicado em Portugal nunca produziu os resultados que foram anunciados desde o início do programa de agressão, porque as metas constituíram apenas uma fantasia para justificar um programa de austeridade sobre os portugueses", sustentou Miguel Tiago.