PCP volta a exigir recuperação do controlo público da PT para defender interesses nacionais
Porto Canal
O PCP voltou hoje a exigir que o Estado recupere o controlo maioritário da PT, exigindo uma intervenção imediata para impedir “qualquer alteração da estrutura acionista da empresa”.
“Seja em função da Altice ou de outras, aquilo que o Estado português devia fazer era bloquear qualquer alteração na estrutura acionista neste momento”, defendeu Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do PCP, em declarações à Agência Lusa.
A multinacional do sector das telecomunicações 'Altice´, que detém a portuguesa Cabovisão, ofereceu 7.025 milhões de euros para a compra dos ativos da Portugal Telecom (PT) fora de África, anunciou hoje a empresa em comunicado.
A Altice propôs comprar à brasileira Oi os interesses da Portugal Telecom fora de África, excluindo a dívida da Rio Forte, empresa do grupo Espírito Santo em processo de falência, e veículos financeiros da PT.
“Ao longo destes anos a PT foi usada para tudo menos para defender os interesses nacionais, foi usada para distribuir mais de 11,5 mil milhões de euros de dividendos aos acionistas, para grandes negócios como o financiamento a Rio Forte, para fugir ao pagamento de impostos, tudo menos para defender os interesses nacionais”, criticou Vasco Cardoso.
Para proteger os interesses estratégicos nacionais, o PCP propõe que o Estado português demonstre junto do Governo brasileiro a intenção de recuperar o controlo público maioritário da empresa.
Ao mesmo tempo, deve desenvolver, no ministério da Economia, as medidas adequadas para atingir aquele objetivo, acrescentou.
A nacionalização da PT é a via que o PCP defende para “recuperar o controlo público da empresa”, visando “desenvolver a capacidade científica, garantir um serviço de telecomunicações de qualidade e universal e criar e promover emprego”.