PS, BE e PCP exigem saber impacto do BES no OE 2015

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 30 out (Lusa) - PS, BE e PCP exigiram hoje saber o motivo da ausência de uma previsão do impacto do BES no Orçamento do Estado, mas a ministra das Finanças reiterou que terá um efeito "mitigado" pela "robustez no resto do sistema financeiro".

O vice-presidente da bancada do PS, Pedro Nuno Santos, sublinhou que "no Orçamento do Estado não há uma referência ao impacto da crise de um dos mais importantes bancos privados portugueses na atividade económica e, portanto, no cenário macroeconómico".

"Esta é uma matéria importante porque vem somar a todas as dúvidas sobre o cenário macroeconómico", afirmou, exigindo a Maria Luís Albuquerque que "clarifique hoje de uma vez" esse impacto.

A deputada do BE Mariana Mortágua frisou que, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado (OE), o BES "não tem impacto nas contas públicas, não tem impacto no cenário económico, é como se não existisse, é como se o maior grupo económico privado português nunca tivesse valido".

"Queremos saber a verdade sobre o BES e a verdade sobre o cenário macroeconómico. Como se explicam previsões de crescimento maiores do que as de todas as instituições independentes, como é que se explicam previsões de inflação maiores que todas as outras ?", questionou.

O deputado comunista Miguel Tiago também incidiu a sua pergunta sobre o BES, tendo enquadrado num âmbito mais vasto da ajuda pública à banca, argumentando que "pagar os abonos de família, conta para o défice, para os subsídios de desemprego conta para o défice, as restantes prestações sociais, conta para o défice, a saúde conta para o défice, a segurança dos cidadãos, a justiça, os salários, as pensões, contam para o défice".

"Quando chega a salvar bancos, quando chega a ir em socorro dos grandes grupos económicos, que nem o risco do negócio assumem porque sabem que o Estado lá para os salvar, os 4,9 mil milhões que o Estado acaba de entregar ao fundo de resolução para salvar um banco privado, já não conta para o défice", defendeu.

A ministra das Finanças reiterou "que, face à robustez do resto do sistema financeiro - aliás, confirmado no domingo passado com o resultado dos testes stress efetuados pelo Banco Central Europeu -, esse risco é muito mais mitigado do que se tivesse acontecido em momentos anteriores, em que de facto o sistema financeiro estiva bem mais frágil".

"Bem mais importante do que discutir o número que devia estar no Orçamento do Estado é saber, afinal, que solução devia ter sido utlizada no caso do BES", afirmou, acusando os deputados do PS; BE e PCP de não perderem "um momento a dizer aos portugueses que solução" teriam preferido.

ACL // PGF

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