Passos admite novo Conselho Nacional em função da evolução política

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 19 jul (Lusa) - O presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, admitiu hoje a possibilidade de se realizar, proximamente, uma nova reunião do Conselho Nacional social-democrata, extraordinária, em função da evolução da situação política.

Esta informação foi avançada à agência Lusa por várias fontes que estiveram presentes na reunião do Conselho Nacional do PSD, que começou pelas 21:00 de quinta-feira e terminou cerca das 01:00 de hoje, e à qual assistiram seis ministros: Miguel Poiares Maduro, Luís Marques Guedes, Maria Luís Albuquerque, Miguel Macedo, José Pedro Aguiar Branco e Nuno Crato.

Segundo as referidas fontes, ao final de quatro horas de reunião, o presidente do PSD colocou a hipótese de o Conselho Nacional vir a ser novamente ouvido, consoante o desfecho dos acontecimentos, depois de no seu discurso inicial ter descrito o atual contexto como de incerteza, defendendo que esta não se pode prolongar.

Pedro Passos Coelho deixou o hotel de Lisboa onde decorreu este encontro do órgão máximo do PSD entre congressos sem prestar declarações à comunicação social.

De acordo com relatos feitos à agência Lusa, houve diversos conselheiros nacionais a manifestar incompreensão ou a criticar a decisão do Presidente da República de propor um acordo entre a maioria no poder e o PS, com um cenário de eleições antecipadas em cima da mesa, sem dar resposta à remodelação do Governo PSD/CDS-PP proposta pelo primeiro-ministro, na sequência da demissão de Paulo Portas.

Segundo as fontes sociais-democratas contactadas pela Lusa, estes dirigentes consideraram que Cavaco Silva somou crise à crise.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, também terá sido alvo de críticas, pelo seu pedido de demissão do Governo.

A defesa da legitimidade democrática da maioria PSD/CDS-PP e do cumprimento da atual legislatura foi um ponto central de vários discursos.

Ao contrário do que é habitual, os jornalistas puderam assistir e registar a intervenção de Passos Coelho que abriu o Conselho Nacional do PSD, na qual este alegou existir um "clima partidário de total normalidade" e acentuou tratar-se de uma reunião ordinária, que estava prevista antes dos acontecimentos políticos mais recentes.

"Isso não significa que estejamos alheados das muitíssimas dificuldades que estamos a viver", acrescentou, advogando, em seguida, que "hoje na vida política nacional o PSD é indubitavelmente a força política que maior serenidade, responsabilidade e sentido institucional tem revelado aos portugueses".

No final do seu discurso, Passos Coelho declarou: "Tenho a certeza de que este Conselho Nacional mostrará ao país que o PSD tem sabido lidar com muita responsabilidade com esta situação. Não foi preciso fazer contactos especiais com a nossa estrutura política interna para garantir unidade do partido, para garantir a responsabilidade das afirmações que são produzidas no espaço público, ou para influenciar os militantes num ou noutro sentido. Não foi preciso, e isso é muito importante que se saiba".

"É importante que se saiba que, dentro do clima aberto, descentralizado e democrático em que vivemos, ninguém precisa de andar com o coração nas mãos com medo daquilo que o partido possa dizer, e esse é hoje um sinal de grande tranquilidade que me orgulha que possa ser identificado pelos portugueses junto do PSD", concluiu.

IEL // FV.

Lusa/Fim

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

Governo responde a Marcelo. "Não está em causa nenhum processo" para reparação do passado colonial

O Governo afirmou este sábado que “não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas com o propósito” de reparação pelo passado colonial português e defendeu que se pautará “pela mesma linha” de executivos anteriores.