Ébola: Obama diz que encerramento de fronteiras seria contraproducente

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Porto Canal / Agências

Washington, 17 out (Lusa) -- O Presidente norte-americano, Barack Obama, defendeu, esta quinta-feira, que o encerramento das fronteiras dos Estados Unidos às pessoas procedentes dos três países da África Ocidental mais afetados pelo surto de Ébola seria contraproducente.

"Não tenho necessariamente uma objeção filosófica a uma interdição de viagem se for isso que vai manter o povo americano seguro", afirmou na Sala Oval, após conversações com os principais assessores da Casa Branca sobre a crise desencadeada pelo vírus.

Para Obama, uma medida desse tipo apenas iria encorajar os cidadãos da Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri a procurarem encontrar novas formas de entrar nos Estados Unidos -- contornando assim os controlos de segurança atualmente em curso.

"Talvez acabássemos a ter menos informação sobre quem contraiu a doença", disse, em resposta a inúmeros deputados que insistiram na interdição de viagem, sobretudo depois de duas enfermeiras do Texas que cuidaram do cidadão liberiano vítima do Ébola, terem contraído o vírus.

Obama, que cancelou duas deslocações fora de Washington nos últimos dois dias para se centrar na resposta à crise, também poderá vir a designar uma pessoa para liderar a estratégia federal, já que membros da equipa atual encarregam-se também de outras crises prioritárias, como a luta contra os extremistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Pelo menos a ideia não foi descartada pelo Presidente norte-americano quando questionado pelos deputados sobre essa possibilidade.

"Talvez seja apropriado nomear uma pessoa adicional", disse Obama, ressalvando, porém, a sua contínua confiança no diretor dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) e na Secretária de Saúde e Serviços Humanos, respetivamente, Thomas Frieden e Sylvia Burwell.

O Presidente dos Estados Unidos afirmou compreender os receios nos Estados Unidos relativamente a uma propagação do vírus, mas instou os americanos a manterem a calma: "Eu quero que todos compreendam que continua a ser muito difícil de contrair. Os riscos envolvidos permanecem extremamente baixos para os cidadãos comuns".

Obama autorizou entretanto a mobilização dos membros da Guarda Nacional e de militares na reserva para ajudar nos trabalhos de combate ao vírus na África Ocidental, uma decisão comunicada numa carta endereçada ao presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, divulgada,e esta quinta-feira, pela Casa Branca.

Desde o início do ano foram registados 8.997 casos de Ébola, dos quais 4.493 se revelaram mortais, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A OMS teme um expressivo aumento do número de infeções, que estima poderem atingir um 'pico' de até 10.000 novos casos por semana (atualmente registam-se mil) até ao final do ano na África Ocidental.

O Ébola tem fustigado o continente africano regularmente desde 1976, mas o atual surto figura como o mais grave desde então.

DM (CP) // NS

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