BE exige intervenção do Governo para travar venda que degrade ainda mais a PT

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 13 out (Lusa) - O coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo defendeu hoje que o Governo tem os instrumentos suficientes para travar uma venda que "degrade ainda mais o valor da PT" e que prejudique a economia nacional.

"Nós o que achamos é que o Governo deve intervir nesta matéria salvaguardando o futuro do projeto económico, industrial e tecnológico da PT porque isso é bom para a PT, para a economia nacional e para os seus trabalhadores", afirmou João Semedo, no final de uma reunião com a comissão de trabalhadores da Portugal Telecom (PT), em Lisboa.

Acompanhado pela deputada Mariana Mortágua, João Semedo sustentou que o Governo não pode "lavar as mãos" sobre o que se passa na PT e que as declarações "inflamadíssimas" do ministro da Economia, Pires de Lima, sobre a administração da empresa ao semanário Expresso "são uma forma de intervir".

Considerando que o "descalabro" da empresa começou com a sua privatização, João Semedo destacou que a PT vale hoje 10 por cento do que valia há sete anos, uma perda que tem responsáveis.

"Não são apenas os administradores, mas são também os governos. O Governo não pode lavar as mãos porque este Governo é responsável sobretudo pelo momento que hoje vive a PT e a ameaça da sua venda, uma venda às mãos dos interesses especulativos financeiros", afirmou.

"Tem os instrumentos para intervir, tem ainda o fundo de Segurança Social que é acionista da PT. E tem a posição política do Governo que é o instrumento fundamental para travar uma venda que ainda degrade mais o valor da PT", defendeu.

Por seu lado, Francisco Gonçalves, da comissão de trabalhadores da PT, defendeu que "mais do que os nomes, mais importante do que quem compra ou não compra é o projeto industrial para a PT, onde devem estar incluídos os melhores técnicos de telecomunicações em Portugal, os trabalhadores da PT".

Francisco Gonçalves admitiu não saber "ao certo" quais são os planos do acionista, a brasileira Oi, para a PT Portugal, manifestando no entanto confiança no futuro da empresa.

Segundo o representante da comissão de trabalhadores, o presidente da PT Portugal transmitiu aos trabalhadores na quinta-feira da semana passa que "continuam a trabalhar no plano para 2015".

"Mas ele não é o acionista, o acionista neste momento é a Oi no Brasil. Não sabemos ao certo o que é que a Oi quer fazer à PT Portugal", disse.

SF // SMA

Lusa/fim

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