FNE estima que perto de 500 professores já contratados fiquem sem colocação
Porto Canal
A Federação Nacional da Educação (FNE) estima que perto de 500 docentes já contratados em escolas ficam agora sem colocação, após a anulação do concurso de professores e a divulgação das novas listas.
O secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, disse em declarações à Lusa que ainda não se sabe qual a dimensão do impacto desta anulação, mas estima que não será superior a 500 o número de professores que tendo sindo colocados não são agora recolocados em nenhuma escola.
Vários agrupamentos de escolas receberam hoje orientações do Ministério da Educação para anularem as colocações de professores do concurso da bolsa de contratação, informou à Lusa um diretor de um estabelecimento.
A orientação foi dada pela tutela horas antes da divulgação das novas listas, que substituem as anteriores, nas quais foram detetados erros, que levaram à demissão do antigo diretor-geral da Administração Escolar.
“A alteração não vai atingir a totalidade dos professores colocados na primeira Bolsa de Contratação de Escola (BCE)”, adiantou João Dias da Silva.
Segundo o secretário-geral da FNE, há um número significativo de professores que estiveram colocados na primeira BCE e que continuam colocados na mesma escola, há outros docentes que vão mudar de estabelecimento de ensino e há outros que já estavam colocados e que não tem agora colocação.
João Dias da Silva considerou a solução agora encontrada pelo Ministério da Educação de “uma injustiça relativa”, tanto para os professores que já foram colocados, como aqueles que ainda não tinham sido.
O sindicalista salientou que “a bolsa de contratação de escola começou mal e acaba mal”, tendo o Ministério da Educação optado “por uma solução errada com consequências gravosas”.
João Dias da Silva criticou ainda o Ministério da Educação por estar a “transferir a responsabilidade e culpa para os diretores de escola”.
“Os diretores de escolas estão a ser chamados para resolver uma situação para qual não contribuíram em nada, estamos muitos solidários com os diretores, não devem os diretores resolver o problema, quem tem que assumir esta responsabilidade é o Ministério da Educação”, salientou.
O secretário-geral da FNE disse ainda que o Ministério tem agora a responsabilidade, “em diálogo social, de encontrar soluções para que esta situações não se volte a repetir” e que, no próximo ano letivo, os professores sejam colocados “a tempo e horas”.