Escolas recebem orientações para anularem colocações de bolsa de contratação
Porto Canal
Vários agrupamentos de escolas receberam hoje orientações do Ministério da Educação para anularem as colocações de professores do concurso da bolsa de contratação, informou à Lusa um diretor de um estabelecimento.
Filinto Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, disse que a orientação foi enviada hoje de manhã, por correio eletrónico, pela Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE).
Segundo a mesma fonte, a orientação pede aos diretores de escolas, com contrato de autonomia e em território educativo de intervenção prioritária, para que elaborem um despacho que revogue as listas com a ordenação dos candidatos à bolsa de contratação e, em consequência, anule as colocações que daí resultaram, e cujos resultaram foram conhecidos a 12 de setembro.
A orientação foi dada pela tutela horas antes da divulgação das novas listas, que substituem as anteriores, nas quais foram detetados erros, que levaram à demissão do antigo diretor-geral da Administração Escolar.
Filinto Lima precisou que o email, assinado pela nova diretora, Maria Luísa Oliveira, foi enviado pela DGAE pelas 11:00 e que as novas listas de ordenação foram disponibilizadas às escolas poucos depois das 14:00.
A Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas questiona a legitimidade do ato solicitado pela tutela, uma vez que, a seu ver, os erros detetados na lista anterior de ordenação de professores são da responsabilidade do ministério, e, assim sendo, deveria ser este a emitir o despacho de anulação das colocações.
Face ao desassossego criado nas escolas, nas palavras de Filinto Lima, a associação aguarda esclarecimentos da DGAE.
De acordo com o dirigente escolar, mais de 300 escolas são abrangidas pela orientação da Direção-Geral da Administração Escolar.
O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, disse à Lusa que deu indicações aos seus colegas para não seguirem a diretiva da DGAE, porque, em seu entender, a anulação das colocações conhecidas a 12 de setembro é "baseada em ilegalidades" do ministério.
A Lusa aguarda esclarecimentos adicionais do Ministério da Educação sobre o assunto.