Paulo Portas diz que Governo vai trabalhar para encontrar a “melhor solução possível” para o caso BES
Porto Canal
O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse que o Governo vai trabalhar para encontrar "a melhor solução possível" para o problema do Banco Espírito Santo e do Novo Banco e frisou que dispensaria este problema no sistema financeiro português.
"Trabalharei na medida do que posso para que [o problema] tenha a melhor solução possível, tal a importância que tem para a nossa economia e reputação enquanto país. Não lhe posso dizer mais nada e nem me ficaria bem", disse hoje Paulo Portas.
O vice-primeiro-ministro respondia desta forma a uma questão sobre o impacto que a situação do BES e do Novo Banco poderá ter na economia portuguesa, após um almoço de trabalho, realizado no âmbito da conferência sobre Competitividade e Crescimento, organizado pela consultora ATKearney, que hoje decorreu em Lisboa.
"Reconheci a importância do facto e disse até que dispensaríamos este problema no sistema financeiro", acrescentou Paulo Portas.
Paulo Portas falou sobre "o progresso significativo do país" desde 2011, quando foi pedido o resgate financeiro.
"O que aconteceu a Portugal em 2011 foi um ‘bailout' [resgate], já com um problema no final do programa chamado BES", disse.
Mas depois centrou-se na recuperação do país, na descida das taxas de juro e na evolução positiva dos indicadores de crescimento.
"Deixamos há ano e meio a recessão técnica. Não vale a pena ignorar que os indicadores de crescimento comparam bem com os períodos homólogos da zona euro. Uma parte significativa do sistema financeiro cumpriu os seus deveres do programa e já começou a devolver o que recebeu, sem desprezar o que aconteceu na fase seguinte do programa, com o problema BES", disse.
Depois do "precipício financeiro" à beira do qual Portugal esteve em 2011, frisou, o país tem hoje uma "margem de liberdade de decisão que é diferente da vivida no período de protetorado".