Paulo Raimundo considera greve histórica e um "forte aviso" para o Governo

Paulo Raimundo considera greve histórica e um "forte aviso" para o Governo
| Política
Inês Saldanha

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou esta quinta-feira que a greve geral é uma "histórica jornada", sublinhando que constitui "um forte aviso" ao Governo para retirar o anteprojeto de reforma da legislação laboral.

"A Greve Geral coloca o trabalho e a situação dos trabalhadores no centro da discussão. É um forte aviso ao grande patronato e ao Governo de que deve retirar, não apenas uma ou outra medida, mas sim todo o pacote laboral", disse o secretário-geral do PCP em comunicado.

Na nota enviada esta quinta-feira às redações, Paulo Raimundo afirma que a greve geral convocada pelas duas centrais sindicais, CGTP e UGT, é "uma histórica jornada de exigência de justiça, dignidade, respeito, melhores salários e direitos".

O secretário-geral do PCP realça que essa "histórica jornada" ganha ainda mais significado considerando que foi "usado todo um arsenal de expedientes de pressão, chantagem, incluindo o abuso de serviços mínimos, para tentar pôr em causa o direito à greve e esconder os seus efeitos".

"O fracasso geral dessa operação, onde se inclui a promoção da desinformação, da demagogia e da mentira, dá ainda mais valor e relevo à dimensão da adesão a esta greve", acrescentou.

Paulo Raimundo sublinha que a "expressiva dimensão" da paralisação constitui "uma enorme afirmação da força e (...) poderosa expressão de rejeição de um pacote laboral ao serviço do capital", apresentado pelo Governo de Luís Montenegro e "apoiado pelo Chega e pela IL".

O secretário-geral do PCP destaca a "grande adesão dos trabalhadores", bem como a paralisação na indústria, incluindo empresas como a Autoeuropa, nas pescas, com a suspensão das lotas e das frotas, e ainda nos transportes e na administração pública.

"O caminho para um Portugal justo, desenvolvido e soberano implica prosseguir a luta pela rejeição do pacote laboral, a valorização do trabalho e dos trabalhadores, o cumprimento da Constituição da República e a aplicação dos direitos que esta consagra", considera.

A greve geral desta quinta-feira, convocada contra o anteprojeto do Governo para a reforma da legislação laboral, marca a primeira paralisação conjunta das duas centrais sindicais, CGTP e UGT, desde junho de 2013, quando Portugal se encontrava sob intervenção da "troika".

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