Greve geral. UGT "muito longe" de acordo com Governo avisa que partidos terão que assumir responsabilidades

Greve geral. UGT "muito longe" de acordo com Governo avisa que partidos terão que assumir responsabilidades
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Porto Canal/Agências

A UGT diz estar "muito longe" de chegar a acordo com o Governo na Concertação Social e avisa que os partidos terão que assumir "as consequências e responsabilidades", caso a proposta seja aprovada no parlamento tal como está.

Em entrevista à agência Lusa, o secretário-geral da UGT diz que a proposta do Governo de revisão da legislação laboral é "ideológica" e não dá resposta aos problemas que o mercado laboral enfrenta, nomeadamente os baixos salários ou a necessidade de impulsionar as micro e pequenas empresas a ganharem escala.

E, ainda que veja melhorias "num ou noutro aspeto" face à proposta inicialmente apresentada, Mário Mourão considera-as "inócuas", dado que mantém algumas das medidas consideradas fraturantes para a UGT, como é o caso do alargamento no prazo dos contratos a termo certo e a termo incerto, o regresso do banco de horas individual "eliminando o banco de horas grupal" ou a revogação da norma que estabelece restrições ao ‘outsourcing’ (contratação de trabalho externo), durante um ano, após despedimentos.

Por isso, diz estar "muito longe" de alcançar um acordo com o Governo, que acusa de estar "muito empenhado em defender a proposta a favor dos patrões".

"O papel do Governo deve ser de árbitro. Deve ser de conciliador, de aproximar as posições entre os empresários e os empregadores. E não é isso que o Governo faz. O Governo tomou uma posição na Concertação Social e o lugar que o Governo tomou foi ao lado dos patrões", afirmou o secretário-geral da UGT, em entrevista à Lusa, a propósito da greve geral convocada para 11 de dezembro em convergência com a CGTP.

O líder da UGT criticou ainda o 'timing' do Governo por ter apresentado uma nova proposta só depois do anúncio da greve geral, apontando que foi apresentada "fora de tempo", dado que o anteprojeto está a ser discutido desde 24 de julho.

Mário Mourão adiantou ainda, que, "a determinada altura", a UGT chegou "a pensar que o Governo estava a fazer tempo" para submeter a proposta "tal como estava, sem alterações" na Assembleia da República, logo após a votação final global do Orçamento do Estado para 2026.

Lembrando ainda que para haver acordo "tem que haver cedências de parte a parte", o secretário-geral da UGT reiterou as críticas feitas à ministra do Trabalho por fazer "declarações que não ajudam de forma nenhuma ao ambiente negocial que é preciso criar".

"Para haver um acordo tem que haver cedências de parte a parte. Quando uma das partes diz que tem traves mestras, das quais não pode ultrapassar, não está à procura de um acordo. Está à procura de uma rutura", argumenta Mário Mourão, reiterando a disponibilidade para negociar.

Já sobre o facto de a ministra ter referido que vai dar "mais tempo" à UGT para analisar esta proposta, a pedido da central sindical, Mário Mourão escusou-se a adiantar se foi combinado um ‘deadline’ específico para apresentarem uma contraproposta ao Governo.

Para a UGT, tudo "depende do tempo que o Governo quiser dedicar ao diálogo e à negociação", mas reitera que se for "tudo à pressa" não haverá "ambiente" para chegar a acordo na Concertação Social.

Apesar de sublinhar que é "muito diferente" o peso político que tem uma proposta ser levada à Assembleia da República com ou sem acordo na Concertação Social, Mário Mourão aponta que o "drama" não é esse e lembra que o documento terá sempre que passar pelo 'crivo' do parlamento.

"O que a UGT quer com esta proposta é que, se for possível, que o documento que vá para a Assembleia da República seja um documento muito diferente do que aquele que está hoje em cima da mesa", explicou, lembrando o exemplo da Agenda do Trabalho Digno, que foi aprovada sem acordo na Concertação Social.

Mário Mourão afirmou ainda que "sente" o Governo "confortável" em submeter a proposta à Assembleia da República dado que "tem uma composição parlamentar que lhe permitirá provavelmente aprovar" o documento, disse, numa alusão à disponibilidade já manifestada pelo Chega para negociar as alterações.

"Mas quem o aprovar tem que assumir as consequências e as responsabilidades daquilo que está a fazer", avisa, defendendo que, o anteprojeto, tal como está "é mau para quem está no mundo do trabalho", remata.

A UGT promete ainda que nessa altura vai usar a "influência" que tem junto dos partidos para que "melhorem também" a proposta quando estiver a ser discutida no parlamento.

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