Falta de acordo com o Governo está a manter caos diário na VCI, diz Luísa Salgueiro
João Nogueira
No debate das eleições autárquicas desta terça-feira no Porto Canal, a presidente da Câmara de Matosinhos e candidata à reeleição pelo PS, Luísa Salgueiro, afirmou que não existe, até ao momento, qualquer acordo entre o Poder Local e o Governo para resolver os problemas de congestionamento na VCI, devido à ausência de consensos sobre as propostas apresentadas pelas autarquias da Área Metropolitana do Porto.
"Não há acordo entre o Poder Local e a Administração Central, o Governo não tem validado as propostas das Câmaras Municipais", disse a autarca, respondendo a críticas que lhe foram dirigidas por Pedro Duarte, candidato à Câmara do Porto pela coligação PSD/CDS/IL, num debate recente transmitido pela SIC Notícias.
Segundo Luísa Salgueiro, o impasse está relacionado com a questão das portagens, nomeadamente os pórticos na A4 e A41, e o seu impacto nas contas públicas.
"O que está em causa é a retirada dos pórticos, o impacto financeiro que isso tem e a repercussão no Orçamento de Estado", afirmou, explicando que o Governo terá de “aceitar abdicar dessa receita para que se possa ter diferentes políticas de mobilidade”, mas que ainda não se chegou a um entendimento.
Apesar do atual ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, já ter anunciado algumas medidas, como a possível retirada de portagens na A41 para transportes pesados durante a noite, Luísa Salgueiro não recusou que a solução para o congestionamento na VCI poderá não estar implementada até 2026.
A candidata socialista voltou a defender a remoção dos pórticos na A4, mantendo a posição que, garante, tem sustentado ao longo do tempo. "Sempre tive a mesma opinião. Devem ser retirados os pórticos da A41, para garantir, melhor, retirar os pórticos da A4, não aplicar pórticos aos transportes pesados na A41, para retirar o trânsito pesado da A28."
Questionada sobre os pórticos entre São Mamede de Infesta e o centro de Matosinhos serem ilegais, Luísa Salgueiro foi clara: "Eu penso que nunca deveriam ter sido aplicados, até porque a lei diz que não é possível aplicar um pórtico quando não haja alternativa. Nós temos uma alternativa que demora quase uma hora para fazer, de São Mamede de Infesta, de Linha, em horas de ponta."
