MovRioDouro e Zero querem análises à água a zonas de banhos não monitorizadas do Porto

Porto Canal/ Agências
O movimento em defesa da bacia hidrográfica do Douro MovRioDouro e a associação ambientalista Zero pediram este sábado à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para fazer análises às zonas de banhos não monitorizadas do Porto, Gaia e Gondomar.
Em comunicado, o MovRioDouro e a Zero lembram que o Estuário do Douro não tem praias fluviais classificadas, apesar dos milhares de banhistas que frequentam diariamente os areais do Porto, Gaia e Gondomar, concelhos do distrito do Porto.
“Apesar da ausência de dados oficiais sobre a qualidade da água, a presença de equipamentos balneares, instalados pelas autarquias, transmite uma mensagem contraditória e uma falsa sensação de segurança sanitária. O MovRioDouro já pediu à APA a monitorização urgente destas zonas balneares e respetiva divulgação dos resultados”, frisam.
Na Área Metropolitana do Porto, há apenas uma praia que está apta para banhos em 2025 - praia fluvial da Lomba, em Gondomar, revelam.
Enquanto, acrescentam, locais como Areinho de Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia) ou Zebreiros (Gondomar) continuam a ser utilizados por milhares de banhistas sem qualquer controlo público da qualidade da água.
Estas duas associações ressalvam que a exposição a águas poluídas no rio Douro pode trazer riscos sérios para a saúde pública, sobretudo devido à presença de contaminação fecal, resultante de descargas de esgotos e de falhas no tratamento de águas residuais.
Segundo o MovRioDouro e a Zero, a falta de monitorização e de divulgação dos resultados das análises microbiológicas em zonas balneares não classificadas no Douro deixa milhares de banhistas expostos a estes riscos, uma vez que não existe qualquer garantia sobre a qualidade da água nestes locais.
“Mesmo em áreas com infraestruturas balneares, como bares e sanitários, a falta de informação adequada sobre a qualidade da água pode induzir uma falsa sensação de segurança e levar a população a correr riscos desconhecidos”, vincam.
Quando não existe monitorização e divulgação dos resultados das análises, as pessoas acabam por se expor a riscos invisíveis porque se estas águas fossem devidamente analisadas muitas teriam bandeira vermelha, disse Gustavo Briz, do MovRioDouro, citado no comunicado.
“É fundamental que a APA e as autarquias atuem de forma imediata para dissuadir o banho em zonas não classificadas e proteger a saúde pública. A criação de condições que incentivam os banhos sem garantir a qualidade da água é irresponsável e coloca milhares de pessoas em risco”, considerou Sara Correia, da Zero.
Em 2025, Portugal conta com 673 águas balneares identificadas, mais nove do que em 2024, sendo áreas que podem corresponder a mais do que uma praia.
Destas 673 águas balneares, 23 são na Bacia Hidrográfica do Douro.
Oficialmente, o início da época balnear ocorreu em 01 de junho, mas os municípios são livres de começar a época balnear antes ou depois dessa data.