Artistas recriam património antigo das Misericórdias em mais de cem pinturas

Artistas recriam património antigo das Misericórdias em mais de cem pinturas
Foto: União das Misericórdias Portuguesas
| País
Porto Canal/Agências

Um grupo de artistas escolhidos pela Cooperativa Árvore criou mais de uma centena de obras de pintura inspiradas no património histórico das Misericórdias Portuguesas, no âmbito do projeto “Arte Contemporânea nas Misericórdias”, promovido por esta entidade.

Iniciativa da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), o projeto, agora reconhecido pelo Ministério da Cultura como sendo de interesse cultural, apresenta-se como um “contributo artístico e cívico para a valorização das instituições e da sua missão”, sublinha, em comunicado.

Contactada pela agência Lusa sobre o projeto, fonte da UMP indicou que este decorreu ao longo de 11 anos, em parceria com a Cooperativa Árvore, com sede no Porto, responsável pela seleção dos artistas participantes.

Partindo de um espólio maioritariamente datado dos séculos XVIII e XIX — como revelou um inventário realizado pela UMP — o projeto teve como objetivo “contrariar essa cronologia dominante”, convidando artistas contemporâneos a produzir obras inéditas que dialogassem com a herança simbólica, espiritual e social das Santas Casas.

A Cooperativa Árvore, parceira no projeto, foi responsável pela seleção dos artistas participantes, entre os quais se encontram nomes como Acácio de Carvalho, Alberto Péssimo, Armando Alves, Benvindo de Carvalho, Evelina Oliveira, José Emídio, José Maia e Mário Bismarck.

A proposta passou por reinterpretar, com um olhar atual, a iconografia da Senhora do Manto e do valor simbólico, ético e humanista das catorze obras de misericórdia, corporais e espirituais.

A Senhora do Manto foi o primeiro tema proposto aos artistas, entre 2013 e 2014, seguindo-se as sete obras de misericórdia corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, cuidar dos doentes, visitar os presos e enterrar os mortos.

Seguiram-se as sete obras espirituais que comandam as Misericórdias: dar bons conselhos, ensinar os simples, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, sofrer com paciência as fraquezas do próximo e rezar a Deus por vivos e defuntos.

A coleção resultante reúne mais de cem telas, exclusivamente de pintura, que foram produzidas entre 2013 e 2024 no âmbito do projeto, indicou a UMP à Lusa.

As obras podem ser visualizadas ‘online’, no sítio da UMP, e está prevista a realização de uma exposição coletiva em Lisboa, no ano de 2026, que deverá depois seguir para o Porto.

Para além da mostra, o projeto inclui ainda a edição de um catálogo com todas as obras e os seus autores, numa iniciativa que pretende “reforçar o compromisso das Misericórdias com a criação artística contemporânea, dando continuidade à sua histórica relação com a arte e o património”.

“Ao interpelar o passado através das linguagens do presente, estas obras desafiam o público a refletir sobre os valores universais que estão na origem das Misericórdias, como a solidariedade, o cuidado, o acolhimento e a compaixão”, salienta a organização em comunicado.

O projeto é também – sublinha a UMP – “uma afirmação do papel ativo que as instituições sociais podem desempenhar na valorização da cultura e da criação contemporânea”.

“Trata-se de um testemunho material e simbólico da missão das Misericórdias, que continua viva e atual, traduzida agora numa linguagem artística que interpela novos públicos”, refere a instituição.

A designação de projeto de interesse cultural, atribuída pelo Ministério da Cultura, “representa um reconhecimento oficial da relevância desta iniciativa no panorama artístico e patrimonial português”, e, ao mesmo tempo, “confere-lhe visibilidade e reforça a articulação entre o setor social e o setor cultural”, sustenta a UMP.

As pinturas podem ser visualizadas no sítio 'online' da UMP.

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