Eduardo Vítor Rodrigues renuncia ao mandato na Câmara de Gaia

João Nogueira
O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, confirmou na manhã desta quinta-feira que vai renunciar ao mandato de presidente daquela autarquia. As afirmações do autarca chegam dias depois de ser noticiado que o Tribunal Constitucional confirmar a perda de mandato, após ser condenado pelo crime de peculado, por uso indevido de um carro do município.
"Com sentimentos de missão cumprida e consciência tranquila renuncio ao meu mandato", começou por dizer o autarca em sessão que acontece nos Passos do Concelho, em Gaia.
"O ridículo tomou conta de todos nós", declarou o autarca que considerou "absurda" a condenação por uma "ida à padaria com um carro do município". "É humilhante, desproporcionado e injusto", continuou.
Há 12 anos na liderança daquela autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues afirmou que vai entregar as contas já no próximo mês de junho e que voltará ao seu meio profissional, onde suspendeu o seu vínculo. "Antecipo a saída porque o mandato termina já com o ano letivo em curso e preciso preparar o ano letivo para os meus alunos", declarou o mesmo sobre o seu regresso ao ensino.
Esta segunda-feira, foi noticiada a decisão do Tribunal Constitucional da perda de mandato do presidente do município gaiense, que foi condenado pelo crime de peculado. A decisão surgiu na sequência do recurso interposto pelo socialista após o Tribunal da Relação do Porto ter mantido a condenação do autarca, em outubro de 2024.
A substituir Eduardo Vítor Rodrigues ficará Marina Mendes, que também substituiu Patrocínio Azevedo da vice-presidência. O autarca explicou que não houve nenhuma "lógica no calendário" para anunciar esta quinta-feira a renuncia ao mantado, não se tratando de nenhuma "tentativa de aproveitamento".
Ao contrário do autarquia, o socialista não avançou com informações sobre possíveis substituições e mudanças na Área Metropolitana do Porto, que também preside.
O autarca referiu também que não perspetiva um regresso à vida política em breve, mas "não é algo a que fecha a porta": “Não há garantidamente nenhuma outra autarquia que me possa seduzir ou alguma função nacional que no próximo ciclo governativo me seduza”.