Assembleia Municipal de Gaia adia votações sobre TGV para depois das legislativas

Assembleia Municipal de Gaia adia votações sobre TGV para depois das legislativas
| Norte
Porto Canal/ Agências

A Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, adiou esta sexta-feira a votação de pareceres não vinculativos a um traçado alternativo da linha de alta velocidade para depois das eleições legislativas de 18 de maio.

Após uma apresentação do projeto e intervenções do público, que praticamente lotou o Auditório Municipal Manuel Menezes de Figueiredo, e ainda com o período de intervenções das forças políticas por decorrer, já perto da meia-noite de quinta-feira o BE apresentou uma proposta de adiamento da votação.

Na proposta, os bloquistas alegaram necessitar de mais tempo para ter em conta "todas as informações e avaliações necessárias" e votar as propostas feitas pelo consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto) para mudar o traçado da linha em Gaia, a localização da estação de Santo Ovídio para quilómetro e meio a sul, em Vilar do Paraíso, e substituir uma ponte rodoferroviária sobre o rio Douro por duas.

Já depois da meia-noite, a proposta de adiamento do BE foi votada favoravelmente pelo PS, pelo grupo dos Presidentes de Junta, PSD, CDS, BE, Chega e PAN, com votos contra da CDU e IL.

Fonte oficial da autarquia revelou depois à Lusa que a votação foi adiada para depois das eleições legislativas, marcadas para 18 de maio.

O fim da sessão extraordinária da Assembleia Municipal ficou também marcado por uma acesa troca de acusações entre o presidente da Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues (PS) e o deputado municipal da IL Gonçalo Pinto, em que ambos se acusaram mutuamente de falta de respeito.

Na origem da altercação esteve o comunicado da IL/Gaia noticiado pela Lusa sobre os projetos em debate - lido em tom irritado por Eduardo Vítor Rodrigues em plena assembleia - em que os liberais referem que Gaia é "uma cidade a brincar às estações" e pedem que se respeite o caderno de encargos do concurso público, com estação em Santo Ovídio.

 

 
 
 
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Durante a tarde de quinta-feira, as propostas não vinculativas do consórcio LusoLav para alterar o traçado da linha de alta velocidade em Vila Nova de Gaia foram aprovadas pela maioria socialista na Câmara de Gaia, com votos contra dos dois vereadores do PSD.

O presidente da Câmara disse também esta quinta-feira que a solução proposta não anula a solução anterior, referindo que "a estação de Santo Ovídio será sempre uma alternativa viável até decisão por parte da tutela" e que "em nenhuma circunstância, poderá estar em causa a estação de Gaia ou o projeto nacional, elemento central para o projeto e para a região".

"A solução proposta não exclui a hipótese original, antes avaliza uma hipótese alternativa que se enquadra na zona delimitada como corredor de Alta Velocidade pelo concurso internacional lançado pelo Estado", disse também.

Aos jornalistas, manifestou dúvidas sobre a nova solução apresentada pelo consórcio LusoLav em termos jurídicos, urbanísticos e de mobilidade, apesar de ter votado a favor de uma alternativa.

O Governo informou na quinta-feira estar em diálogo com a Infraestruturas de Portugal sobre a proposta, desconhecida por esta, para mudar o local da estação de alta velocidade em Gaia e a ponte sobre o Rio Douro.

A Câmara do Porto também não tinha conhecimento da proposta de abandonar a solução de uma ponte rodoferroviária sobre o Douro para a linha de alta velocidade e passar para duas, apresentada pelo consórcio LusoLav, disse fonte oficial à Lusa.

Representantes do consórcio LusoLav, que apresentaram esta quinta-feira as suas propostas na reunião de Câmara de Gaia, admitiram "receio formal" sobre o seu encaixe no concurso público, e disseram que até podem sair mais caras que as originalmente previstas.

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