A 4.ª edição da Porto Design Biennale acontece entre outubro e dezembro com um programa em diferentes espaços do Porto e Matosinhos sob a temática “O tempo é presente. Inventar o comum”, disse uma das curadoras do evento.

Um dos objetivos passa por desenvolver projetos com instituições do Porto e de Matosinhos que trabalham com pessoas em situação de sem-abrigo ou com diminuição intelectual, sendo essa “uma das grandes revoluções no programa da Porto Design Biennale, porque até este momento [havia] exposições temporárias e, portanto, houve aqui uma grande revolução que é querer trabalhar para situações presentes, mas permanentes”, explicou à Lusa Eleonora Fedi, curadora do evento.

À margem da conferência de imprensa para apresentação da 4.ª edição da Porto Design Biennale, que decorreu esta quinta-feira no Porto, Eleonora Fedi contou à Lusa que a equipa está a trabalhar nos projetos com as comunidades desde janeiro.

“A bienal para nós já começou. Estamos a trabalhar em conjunto desde janeiro e neste momento estamos a ativar vários projetos dentro do território. Há um projeto específico que está a ser trabalhado diretamente com a Câmara Municipal do Porto e que prevê o desenvolvimento de uma série de ações participativas com as crianças para o desenvolvimento da requalificação do Parque Infantil Soares dos Reis”, desvendou a curadora.

Outro destaque de Eleonora Fedi é o projeto dos restaurantes solidários com o Centro de Apoio aos Sem Abrigo (CASA) no Porto que oferece refeições todos os dias do ano: “Vamos entrar com um projeto em colaboração com eles para melhorar o serviço e para acrescentar serviços nestes momentos das refeições que são importantes para as comunidades mais vulneráveis e também para criar conexões com a população”

Outro projeto desta 4.ª edição da Porto Design Bienalle está a ser desenvolvido com a Associação Lavrense de Apoio ao Diminuído Intelectual.

Segundo a curadora, o trabalho vai ser desenvolvido em conjunto com estudantes, a equipa de ‘design’ da Biennale, os cuidadores e os utentes do espaço para “uma série de dispositivos empáticos”.

“É o design de mãos dadas ao território. Nós estamos a mapear as necessidades e, de alguma forma, a perceber que também é importante criar uma ligação entre as pessoas e como é que o ‘design’ pode funcionar como instrumento para melhorar o nosso viver em comum, porque no fundo, é cuidarmos uns dos outros”, afirmou.

A 4ª edição da Porto Design Biennale vai ter uma exposição principal na Casa do Design, em Matosinhos, a partir de 23 de outubro que se estende até março de 2026 e que vai receber os trabalhos selecionados na ‘Open Call’, que vai ser lançada esta sexta-feira no ‘site’ da bienal.