PSD e CDS consideram que Pedro Nuno deve explicações ao país sobre negócio com Neeleman

PSD e CDS consideram que Pedro Nuno deve explicações ao país sobre negócio com Neeleman
| País
Porto Canal/ Agências

PSD e CDS consideram que Pedro Nuno Santos, enquanto antigo ministro socialista, deve explicações sobre o pagamento “sem fundamento” de 55 milhões de euros a David Neeleman para o Estado recomprar a posição deste empresário na TAP.

Esta ideia foi defendida em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, pelo coordenador social-democrata na Comissão de Economia, Gonçalo Laje, e pelo líder parlamentar do CDS, Paulo Núncio.

Paulo Núncio, antigo secretário de Estado dos executivos liderados por Pedro Passos Coelho, afirmou que a informação agora prestada pela Parpública, a propósito da compra da TAP pelo Estado, “demonstra uma vez mais a total irresponsabilidade, incompetência e leviandade do então ministro das Infraestruturas e atual secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos”.

“A Parpública denuncia que esta operação foi feita com total falta de transparência, uma vez que esta holding do Estado - estranhamente e ao contrário do que seria normal - não teve qualquer intervenção no processo, o qual foi conduzido exclusivamente por Pedro Nuno Santos. Igualmente grave, a Parpública denuncia que nem existe qualquer estudo económico ou financeiro que fundamente o valor de 55 milhões de euros que o Estado pagou a David Neeleman pelas suas ações”, declarou o presidente do Grupo Parlamentar do CDS.

Para Paulo Núncio, o atual secretário-geral do PS, “com total opacidade e sem qualquer fundamentação, utilizou dinheiros públicos no valor de 55 milhões de euros para comprar uma empresa falida”, a TAP.

“Um ministro que atua com este nível de irresponsabilidade, falta de transparência e leviandade não tem condições para ser primeiro-ministro”, concluiu.

Já Gonçalo Laje assinalou que houve um pagamento de 55 milhões de euros do Estado para a recompra de capital ao empresário norte-americano David Neeleman, mas que, até aos dias atuais, “é impossível saber quem participou nesse processo de decisão”.

“Estamos perante uma decisão arbitrária e unilateral tomada por Pedro Nuno Santos, sem qualquer fundamentação”, sustentou o coordenador do PSD na Comissão de Economia.

Gonçalo Laje fez também alusão a outros episódios relativos à TAP ocorridos no tempo em que Pedro Nuno Santos desempenhou as funções de ministro das Infraestruturas, como “despedimentos combinados por WhatsApp e a aprovação de um aeroporto quando o primeiro-ministro [António Costa] estava fora do país”.

“Agora, estes 55 milhões de euros pagos a David Neeleman em plena pandemia [da covid-19] sem qualquer avaliação da própria empresa. Isto deixa-nos obviamente preocupados”, acrescentou.

Perante os jornalistas, o deputado social-democrata defendeu a tese de que “um cheque de 55 milhões de euros pago a uma empresa que estava com capitais próprios negativos de 578 milhões de euros tem de ser escrutinado”.

“Precisamente por estarmos em campanha eleitoral, temos de ser responsáveis pelas nossas decisões e temos que perceber o impacto das mesmas. E neste caso fica claro que houve uma decisão que lesou o Estado em 55 milhões de euros, porque não teve qualquer fundamento”, acrescentou.

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